Daniele Batista da Silva é proprietária de um pet shop e tem três de seus sete funcionários afastados com dengue -  (crédito: Tulio Santos/EM/D.A.Press)

Daniele Batista da Silva é proprietária de um pet shop e tem três de seus sete funcionários afastados com dengue

crédito: Tulio Santos/EM/D.A.Press

Balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde mostra que Belo Horizonte soma 7.665 casos confirmados de dengue até esta terça-feira (27/2). O número, que aumentou em 21% em quatro dias, tem causado baixas em um dos setores mais importantes da capital mineira: o comércio. Ao Estado de Minas, lojistas contaram prejuízos ocasionados pelo alto número de funcionários contaminados pelo vírus.

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Dona de um petshop localizado na região de Venda Nova, Daniella Batista da Silva, foi uma das empreendedoras que teve perdas por causa da doença. Ela conta que só nesta semana, três dos sete funcionários foram afastados com suspeita de dengue. “Até então a gente tinha alguns episódios de uma sensação de mal-estar, alguma coisa mais passageira. Aí só na segunda-feira (26/2) já foram duas pessoas de uma vez”, detalha.

Com praticamente metade da equipe de atestado, Daniella conta que o negócio tem
sido prejudicado. “Para uma pequena empresa, que já trabalha de uma forma bem enxuta, compromete todo o funcionamento. Você tem que cancelar negócio, tem que desmarcar agendamento, tem que remanejar o horário, então dá um impacto bem negativo”, lamenta.

Uma das afastadas do petshop foi a tosadora, o que obrigou a proprietária a cancelar todos os agendamentos dessa segunda e de hoje. “Ela me avisou que estava indo ao médico, demorou para ser atendida e a gente ficou esperando uma posição, mas teve que cancelar tudo. Estou correndo atrás de um freelancer, mas nem sempre é possível encontrar um de confiança assim de última hora. Aí meu faturamento fica prejudicado”, conta.

Além disso, o remanejamento dos funcionários também é uma das questões que prejudica o funcionamento da loja. Ela afirma: “Um deixa de fazer o próprio trabalho para cobrir a posição do outro e aí fica nesse transtorno”.

De acordo com Daniella, casos como o dela têm sido comuns entre os comerciantes e ela acredita que esse cenário é consequência da falta de conscientização da população a respeito do combate à doença. “Eu acho até que demorou para acontecer com a gente, tem muita gente que eu conheço que também está passando ou passou por situações parecidas. Isso é consequência da falta de ações por parte das pessoas e do poder público. Como não temos a cultura de prevenção temos que remediar, e aí vem junto diversos outros prejuízos como, por exemplo, nos comércios”, finaliza.

A comerciante Emiliana Carolina Silva também teve problemas com o Aedes aegypti no empreendimento. A empresária que possui uma ótica também em Venda Nova conta que o funcionamento da loja foi prejudicado. “Trabalhamos eu e mais uma funcionária. Ela teve dengue e ficou cinco dias de atestado, mais dois que eu liberei ela e eu fiquei sozinha na loja”, conta.

Com a equipe da loja sendo composta apenas pelas duas, a baixa afetou diretamente a ótica, já que a gerência e os atendimentos tiveram que ser feitos exclusivamente por Emiliana durante os dias de atestado da funcionária. “Para mim foi bem difícil. Eu tive que arrumar outra pessoa para me ajudar, mas não consegui todos os dias. A questão é que quando o funcionário está doente realmente não tem o que fazer, mas prejudica o comércio, diminui a atividade”, afirma.

Emiliana acredita que a ação da população é essencial para a melhora do cenário. “É preciso as pessoas se conscientizarem, tentar tirar o máximo de foco (dos mosquitos) das casas e das ruas, porque do jeito que tá não tem jeito. Me preocupa porque eu estou sujeita a pegar também. Aí não vai ter o que fazer. Eu consigo fazer o trabalho dela, mas ela não consegue fazer o meu, então redobramos a atenção aqui no espaço da ótica”, afirma a lojista.

Venda Nova é uma das regiões mais prejudicadas

A regional de Venda Nova, onde se localizam os dois comércios, é uma das que mais apresenta casos de dengue em Belo Horizonte. Ficando apenas atrás do Barreiro, a região somou 1.201 casos confirmados e 4.930 suspeitos de dengue até esta terça. Para tratar os efeitos do vírus, a Prefeitura de Belo Horizonte abriu mais 20 leitos na Unidade de Reposição Volêmica (URV) Venda Nova, para acolher os pacientes com arboviroses que precisam de hidratação venosa. Com ampliação, o local passa a ter 43 vagas.

Já no Barreiro, regional que mais apresenta casos, o Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) passou a funcionar, nessa segunda (26/2), 24 horas por dia. Na quarta-feira (28/2) será inaugurada a Unidade de Reposição Volêmica (URV) da mesma regional, que funcionará na Praça Modestino de Sales Barbosa, 100, Flávio Marques Lisboa.

Pessoas com sintomas de dengue, chikungunya ou zika, como dor atrás dos olhos, dor no corpo e articulações, além de febre ou manchas vermelhas pelo corpo, devem procurar assistência médica nos centros de saúde ou CAAs.

Veja as unidades específicas para atendimento de arboviroses:

Estes locais funcionam todos os dias.

REGIONAL BARREIRO

Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) - Barreiro (FUNCIONAMENTO 24 HORAS POR DIA A PARTIR DE 26/2)
Praça Modestino de Sales Barbosa, 100 - Flávio Marques Lisboa
Funcionamento: das 7h às 22h

Unidade de Reposição Volêmica (URV) - Barreiro (A PARTIR DE 28/2)
Praça Modestino de Sales Barbosa, 100 - Flávio Marques Lisboa
Funcionamento: 24 horas por dia

Unidade de Reposição Volêmica (URV) - Hospital Júlia Kubitschek
Rua Dr. Cristiano Resende, 2.745 - Milionários
Funcionamento: 24 horas por dia

REGIONAL CENTRO-SUL

Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) - Centro-Sul
Rua Domingos Vieira, 488 - Santa Efigênia
Funcionamento: das 7h às 22h

Unidade de Reposição Volêmica (URV) - Centro-Sul
Rua Domingos Vieira, 488 - Santa Efigênia
Funcionamento: 24 horas por dia

REGIONAL VENDA NOVA

Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) - Venda Nova
Rua Padre Pedro Pinto, 173 - Venda Nova
Funcionamento: 24 horas por dia

Unidade de Reposição Volêmica (URV) - Venda Nova
Rua Padre Pedro Pinto, 173 - Venda Nova
Funcionamento: 24 horas por dia

Veja os centros de saúde específicos para atendimento no fim de semana:

REGIONAL BARREIRO

Centro de Saúde Francisco Gomes Barbosa (Tirol)
Avenida Nélio Cerqueira, 15 - Tirol
Funcionamento: das 7h às 19h

Centro de Saúde Vale do Jatobá
Rua Luiz Leite de Faria, 171 - Vale do Jatobá
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL CENTRO - SUL

Centro de Saúde Carlos Chagas
Av. Francisco Sales, 1.715 - Santa Efigênia
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL LESTE

Centro de Saúde Vera Cruz
Praça Padre Léo Verheyen,36 (Antiga Praça Pedro Lessa) - Vera Cruz
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL NORDESTE

Centro de Saúde São Paulo
Rua Aiuruoca, 455 - Bairro São Paulo
Funcionamento: das 7h às 19h

Centro de Saúde Conjunto Paulo VI
Rua das Almas, 122 - Conjunto Paulo VI
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL NOROESTE

Centro de Saúde Santos Anjos
Rua Miosótis, 15 - Santo André
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL NORTE

Centro de Saúde Aarão Reis
Rua Waldomiro Lobo, 177 - Aarão Reis
Funcionamento: das 7h às 19h

Centro de Saúde Floramar
Rua Igaraúnas, 15 - Floramar
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL OESTE

Centro de Saúde Betânia
Rua Canoas, 678 - Betânia
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL PAMPULHA

Centro de Saúde Santa Terezinha
Rua Senador Virgílio Távora, 157 - Santa Terezinha
Funcionamento: das 7h às 19h

REGIONAL VENDA NOVA

Centro de Saúde Rio Branco
Rua Crisanto Muniz, 120 - Venda Nova
Funcionamento: das 7h às 22h

Centro de Saúde Jardim Europa
Rua Edimburgo, 140 - Venda Nova
Funcionamento: das 7h às 19h

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice