Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, vai receber oito novos sismólogos para monitorar a cidade. O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agropecuária do município, Edmundo Diniz, nessa terça-feira (16/1), após o local registrar três tremores em menos de sete horas.

 

O município firmou uma nova parceria com o Centro de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB) para a instalação dos equipamentos. Em agosto de 2022, seis sismógrafos vindos da capital federal foram colocados em diferentes pontos de Sete Lagoas.

 



 

De acordo com a prefeitura da cidade, duas semanas depois a equipe esteve de volta coletando os primeiros dados para análise. No total, foram aproximadamente sete meses em que os sismógrafos registraram tremores na região, diferenciando inclusive o que se tratava de ação humana (explosões) e causas naturais (tremores). Ainda segundo o Executivo municipal, um desses registros aconteceu com a presença da equipe de pesquisadores da universidade, em dezembro de 2022.

 

"Nesta quinta, os pesquisadores vão montar um centro sismológico em um raio ainda maior. Não descartamos nenhuma hipótese. Queremos ratificar o estudo já apresentado para tranquilizar a população. Lembrando que os maiores fiscais do município são os olhos do povo. Se identificar alguma detonação ilegal, extração ilegal de minério, desmatamento, entre outros, denuncie na Guarda Municipal, na Polícia Ambiental ou na Secretaria de Meio Ambiente", afirmou o secretário.

 

De acordo com a prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, os pesquisadores devem chegar à cidade no fim da tarde desta quinta-feira (18/1) e iniciar os trabalhos no dia seguinte.

 

Tremores de terra

 

Desde abril de 2022 até o momento foram registrados 26 abalos sísmicos na cidade, segundo a prefeitura. O órgão ressalta que “toda a região é cárstica, caracterizada por seu relevo com dissolução/corrosão de rochas, formando uma série de feições como cavernas, grutas, lapas, abrigos, dolinas, rios subterrâneos, paredões rochosos, lapiás, entre outros. O que, a princípio, facilita a captação de águas subterrâneas, principal fonte de abastecimento de Sete Lagoas por décadas, por outro lado leva a tremores ocasionais, que podem ser de baixa ou de alta intensidade (escala Richter)”, afirma em seu site.

 

Nessa terça-feira (16/01), três tremores de terra em menos de sete horas deixaram os moradores da cidade assustados. De acordo com informações do Observatório Sismológico da UnB, o primeiro tremor aconteceu por volta das 2h30, com magnitude de 2.8 na escala Richter. O segundo, às 4h40, mas com menor intensidade, de 2.5mR (intensidade medida pela escala Richter), e o último já pela manhã, às 8h40, com 2mR.

 

Um outro abalo já tinha sido sentido na noite de domingo (14/01). Segundo dados do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), o tremor, que ocorreu por volta das 23h20, teve magnitude de 2.3mR.

compartilhe