No ano de 2023, o Carnaval de BH teve 5,25 milhões de pessoas circulando na cidade -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

No ano de 2023, o Carnaval de BH teve 5,25 milhões de pessoas circulando na cidade

crédito: Leandro Couri/EM/D.A. Press

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) se reuniu com o presidente da Belotur, Gilberto Castro, para traçar estratégias de melhoria na logística do Carnaval de Belo Horizonte. Neste ano, a festa deve receber 5,5 milhões de foliões, entre moradores e turistas, injetar em torno de R$ 900 milhões na economia e gerar 24 mil empregos temporários, segundo dados do governo estadual.

De acordo com a Abrasel-MG, entre os acordos definidos, haverá critérios por parte da administração municipal no fechamento de ruas e vias. A entidade alega que a interdição no ano passado prejudicou o acesso da população e de trabalhadores a bairros e estabelecimentos comerciais. “A BHTrans vai fazer um trabalho diferenciado esse ano. Se um bloco passar às 10h, às ruas pelas quais o cortejo irá circular serão fechadas 60 minutos antes e liberadas logo após o término do evento”, explica a presidente da Abrasel-MG, Karla Rocha.

Ainda segundo a executiva, a Belotur criou uma estratégia de circulação dos blocos chamada "bolsão", que consiste no fechamento das mesmas vias em uma determinada área/região, entre sábado e terça-feira de Carnaval. Assim, os cortejos devem sempre sair do mesmo local. “Com isso, o empresário, o morador e o trabalhador conseguirão se programar melhor para qualquer eventualidade relacionada a deslocamentos”, afirma.

Karla também disse que a entidade reforçou a importância de que, após a passagem dos blocos e posterior liberação do trânsito, as placas de sinalização de fechamento das ruas sejam retiradas rapidamente para evitar confusão e transtornos. Isso deve valer para os locais onde não houver mais blocos nos dias seguintes e não inclui, portanto, regiões das áreas do bolsão. Cada caso será avaliado.

“Vimos, no ano passado, diversas vias fechadas em frente a estabelecimentos sem necessariamente haver bloco desfilando naquele horário e, algumas vezes, naquele trecho, o que impediu o fluxo de clientes e, consequentemente, trouxe prejuízo para empresários e comerciantes”, afirmou Karla.

Para que a iniciativa tenha sucesso, a dirigente conta, inclusive, com a ajuda da população. “Caso você veja uma placa de sinalização indevida em uma rua, basta acessar os canais da PBH e informar o local onde ela está. A partir daí, a prefeitura tem um prazo para retirá-la.”

Banheiros, grades e coleta de lixo

Outra sugestão apontada pela entidade é a distribuição mais assertiva dos banheiros químicos. Caso algum sanitário esteja instalado na porta de bares e restaurantes, durante os dias de festa, o dono do estabelecimento poderá ter autonomia para mudá-lo de lugar ou entrar em contato com a Belotur, pedindo a troca.

“Também pedimos à Secretaria Municipal de Política Urbana que estabelecimentos com alvará de mesas e cadeiras, que não estejam na rota de passagem dos blocos, sejam autorizados a cercar o passeio com grades. O objetivo é garantir um ambiente controlado, seguro e organizado para os clientes”, ressalta.

A entidade que representa donos de bares e restaurantes também aproveitou a ocasião para reforçar a importância de um plano eficiente de coleta de lixo durante a folia. “No ano passado, felizmente, não tivemos nenhum problema relacionado ao serviço. Os lixos foram coletados nas datas e horários normais. Para este ano, vamos apenas enviar um ofício ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU) só para reiterar este pedido. Nós, inclusive, nos colocamos à disposição para transmitir as informações ao setor em relação às medidas implementadas”, afirma Karla.

Ambulantes

Foi definido no encontro entre a entidade e a prefeitura da capital que donos de bares e restaurantes vão poder pedir credenciais para atuar como ambulantes durante o período carnavalesco.

Segundo a Abrasel, a medida visa minimizar os impactos para os empresários do setor. A entidade alega que em carnavais anteriores, eles sofreram com prejuízos em seus estabelecimentos por causa do fechamento de ruas, o que impediu o acesso dos clientes às casas. “Caso o comerciante prefira não trabalhar como ambulante, mas perceba a presença desses profissionais bem próximos à porta de seus negócios, podem recorrer aos agentes públicos da região, que por sua vez acionam a fiscalização no sentido de coibir possíveis irregularidades”, pontua a presidente.

“Como representantes de um setor que está diretamente relacionado à festa e que graças a ela têm expectativa de aumentar o faturamento de 10 a 15% no período de 27 de janeiro a 17 de fevereiro, estamos super dispostos a dar nossa contribuição para que a folia de BH se fortaleça como um case de sucesso”, finaliza.