J.A.Ferrari lendo o jornal Estado de Minas, onde trabalhou durante muitos anos -  (crédito: Sidney Lopes/EM/DA Press 14/11/2013)

J.A.Ferrari lendo o jornal Estado de Minas, onde trabalhou durante muitos anos

crédito: Sidney Lopes/EM/DA Press 14/11/2013

Morreu, na manhã desta sexta-feira (24/11), aos 90 anos, vítima de pneumonia, o jornalista, cronista e escritor João Alberto Ferrari de Lima, que ficou conhecido por J. A. Ferrari.

Ferrari, como era chamado pelos amigos, foi um dos protagonistas do Programa Bola na Área, da TV Itacolomi (posteriormente na TV Alterosa), quando tinha uma participação juntamente com Xico Antunes e Paulo Papini. Os três representavam, respectivamente, Cruzeiro, Atlético e América.

Os três colegas de bancadas também escreviam crônicas sobre seus clubes do coração, publicadas no jornal Diário da Tarde. A que era assinada por Ferrari tinha o nome de “Bafo da Raposa”. A de Xico Antunes, “Canto do Galo”, e a de Paulo Papini, “Dente de Coelho”.

O jornalista Sérgio Augusto Carvalho, que fez a cobertura do Cruzeiro durante anos no Diário da Tarde e posteriormente no Estado de Minas, lembra do amigo com muita saudade. Depois que o Ferrari se aposentou, eles se encontravam no Bar Baltazar, no Bairro da Serra. “Era uma turma de grande amigos”.

Para Sérgio Augusto, Ferrari, Xico Antunes e Paulo Papini eram 'gentlemen' e exemplos para os torcedores atuais. Qualquer que fosse a situação de seus times, o clima era sempre de brincadeira entre eles. Essa rivalidade saudável acabou inspirando, décadas depois, a criação do Alterosa Esporte, na TV Alterosa.

“A gente brincava que o Ferrari era um Don Juan à moda antiga, pois era um galanteador. Quando escrevia sobre o Cruzeiro, se assentava ao meu lado na redação, transformava qualquer “pereba” que vestisse a camisa do Cruzeiro em craque, como se o time tivesse 11 Tostões”, conta.

Os encontros com Xico Antunes eram momentos únicos, segundo ele. “Sempre que ele chegava e via o Xico, ele, primeiro o xingava, mas depois o abraçava, beijava sua mão, sua testa e os dois começavam a conversar e gargalhar. Era muito especial.”

J. A. Ferrari escreveu um livro crom crônicas sobre sua paixão maior no esporte, o Cruzeiro. O nome, “Crônicas para o maior de Minas”.

O corpo de J.A.Ferrari será cremado, às 16h, O velório será no Cemitério do Bonfim, a partir de 13h.