Água parada e lixo acumulado em córrego localizado na Região Leste da capital: combinação ideal para a proliferação do mosquito
 -  (crédito: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Água parada e lixo acumulado em córrego localizado na Região Leste da capital: combinação ideal para a proliferação do mosquito

crédito: Tulio Santos/EM/D.A Press

Dados divulgados pelo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta segunda-feira (13/11), revelam que 86,9% dos focos do mosquito transmissor da dengue em Belo Horizonte estão dentro dos domicílios. As avaliações foram realizadas em 88 mil imóveis da capital.

A pesquisa também indica os principais criadouros: 33,1% estão em pratinhos de plantas, 21%, em embalagens de algum produto – tampinhas, potes de margarina, garrafas – e 8,9%, em recipientes domésticos. O LIRA é realizado quatro vezes ao ano e faz parte das estratégias para monitoramento e controle do mosquito, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro até 22 de setembro deste ano, 10.799 belo-horizontinos foram contaminados pela dengue. O número, conforme noticiado pelo Estado de Minas em outubro, representa um aumento de 748,9% na comparação com o dado consolidado do ano passado.

BH em alerta

Os dados do LIRAa demonstram que 1,4% dos imóveis pesquisados estavam com a presença da larva do mosquito, indicador considerado de médio risco. O registro é superior ao ano passado em cinco pontos percentuais. A chegada da época quente e chuvosa acende o alerta para a ameaça de um recrudescimento da doença em Belo Horizonte.

O levantamento apontou que apenas as regionais Centro-Sul e Oeste, entre as nove de BH, apresentaram índice abaixo de 1%, taxa tolerável de infestação larvária recomendado para minimizar o risco de epidemia, de acordo com a padronização do Ministério da Saúde. No Barreiro e na região Norte, o índice é de 1%. As regionais Leste e Venda Nova apresentam a maior incidência, com 2,7% e 2,2%, respectivamente.

A preocupação é que se aproxima o período de maior incidência da doença, entre janeiro e abril. Doenças como a dengue são cíclicas – a cada três ou cinco anos há um pico. A última epidemia em Minas Gerais foi registrada em 2019. Como o vírus da dengue tem quatro sorotipos, a cada ano um deles pode se sobressair e causar essa escalada de casos.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirma manter ações de combate e prevenção ao mosquito Aedes aegypti durante todo o ano. Os agentes fazem vistorias nos imóveis para eliminar os focos e orientar moradores. Em 2023, foram realizadas ações em cerca de 45 mil imóveis.