Celebridades e TV
Dercy Gonçalves: atriz brasileira aparece no Guinness Book dos Recordes
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Reconhecida pelo seu humor ácido, língua afiada e energia inesgotável, ela entrou para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, como a atriz com a carreira mais longa e ininterrupta do mundo - 86 anos seguidos. Relembre a seguir sua trajetória! Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
Nascida Dolores Gonçalves Costa em 23 de junho de 1907, na pequena cidade de Santa Maria Madalena, na região serrana do Rio de Janeiro, Dercy - seu nome artístico - enfrentou desde cedo uma realidade dura. Foto: Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil -
Na infância, Dercy e os irmãos foram abandonados pela mãe, que deixou a casa após descobrir uma traição do marido. Ela foi criada pelo pai alcoólatra. Foto: Reprodução do Flickr Larissa Gouveia -
Aos 17 anos, na década de 1920, ela fugiu de casa em busca de uma vida melhor, juntando-se a uma companhia de teatro mambembe, dando início à sua longeva carreira artística. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
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Nos palcos, onde estreou na cidade mineira de Leopoldina, Dercy moldou seu estilo inconfundível - espontâneo e irresistivelmente engraçado. Aos poucos, seu talento natural para a comédia e sua habilidade no deboche conquistaram plateias por todo o país. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
Ela não tinha medo de rir de si mesma, de falar palavrões ou de quebrar regras de comportamento feminino em um ambiente conservador, o que lhe rendeu tanto críticas quanto uma legião de admiradores. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
Dercy conquistou popularidade nas décadas de 1940 e 1950, quando se tornou uma das principais estrelas do teatro de revista, gênero que dominava a cena carioca e que misturava humor, música e sátira política. Foto: Domínio Público/Wikimédia Commons -
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No cinema, ela estrelou filmes como "Cala a boca, Etelvina", "Uma Certa Lucrécia", "Minervina vem aí", "A Grande Vedete" e "Samba em Berlim". Este último marcou sua estreia na sétima arte. Foto: Divulgação -
Na televisão, o sucesso não foi menor. Em 1963, Dercy tornou-se a atriz mais bem paga da TV Excelsior, emissora em que conheceu o jovem executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, futuro diretor influente da TV Globo. Foto: Divulgação -
Depois de uma passagem pela TV Rio, Dercy foi justamente para a Globo, onde apresentou o bem-sucedido programa de auditório “Dercy de Verdade”, entre 1966 e 1969. A atração chegou a ser suspensa por 15 dias pela censura após o AI-5, instituído pela Ditadura Militar de então. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
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Em 1970, ela apresentou em Lisboa a peça “A Dama das Camélias”, sob a direção de Flávio Rangel. No ano seguinte, comandou o “Dercy em Família”, uma tentativa de repetir o sucesso da Globo, mas sem o mesmo suporte de produção, o que resultou em curta duração. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
A década seguinte começou com uma retomada vigorosa na carreira. Em 1980, interpretou a vedete Dulcinéia na novela “Cavalo Amarelo”, exibida pela Rede Bandeirantes, papel que repetiria em “Dulcinéia Vai à Guerra”. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
Em 1981, recebeu o Troféu Imprensa de melhor atriz - empatando com Dina Sfat. No mesmo ano, retornou à TV Record, onde apresentou “Dercy Sempre aos Domingos”, criado e dirigido por Chico de Assis. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
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O final dos anos 1980 trouxe uma nova fase de reconhecimento para a artista. Com o fim do regime militar e o consequente abrandamento da censura, Dercy passou a integrar a bancada de jurados em programas de auditório, inclusive nos de Silvio Santos, e voltou a aparecer em novelas da TV Globo, como a participação especial em “Que Rei Sou Eu?", interpretando a Baronesa Lenilda Eknésia, mãe da Rainha Valentine. Foto: reprodução de vídeo Globoplay -
Em 1991, tornou-se enredo da Unidos do Viradouro com o tema “Bravíssimo — Dercy Gonçalves, o Retrato de um Povo”, no Carnaval do Rio de Janeiro, e roubou a cena ao desfilar no carro alegórico final com a parte de cima do corpo à mostra - um gesto provocador que sintetizava sua irreverência até o fim. Foto: Reprodução do Flickr Andréa Farias -
Em 1992, brilhou novamente na TV Globo ao interpretar o anjo Celestina na novela “Deus Nos Acuda”, de Silvio de Abreu. Sua vida foi contada em “Dercy de Cabo a Rabo”, biografia escrita por Maria Adelaide Amaral em 1994, e mais tarde transformada em minissérie, “Dercy de Verdade”, dirigida por Jorge Fernando e exibida em 2012. Foto: Reprodução do Youtube Canal Nestor De Madalena -
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Nos anos 2000, já consagrada, ela ainda se aventurou em um programa próprio, que durou pouco tempo. Em seguida, passou a integrar o elenco fixo de “A Praça É Nossa”, no SBT, ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega, onde conquistou uma nova geração de espectadores. Foto: Reprodução do Youtube Canal A Praça é nossa -
Em 2006, já com 99 anos, Dercy recebeu o título de Cidadã Paulistana no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. Foto: Divulgação -
Dercy Gonçalves teve uma vida amorosa intensa. Ainda jovem, foi noiva de Luís Pontes, mas o casamento foi impedido pela família do noivo. Em 1934, após se recuperar de uma tuberculose e deixar o circo, viveu um relacionamento com o exportador de café Ademar Martins, então casado, com quem teve sua única filha, Maria Dercimar Gonçalves Senra - na foto -, que morreu em 2023, aos 88 anos. Foto: Reprodução/Instagram -
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Apesar de Ademar ter reconhecido a criança e ajudado financeiramente, o casal não pôde viver junto, e Dercy acabou criando a filha sozinha. Anos depois, foi casada com o jornalista Danilo Bastos, entre 1942 e 1959, e também teve um relacionamento com o apresentador Ari Soares. Foto: Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil -
Dercy Gonçalves morreu em 19 de julho de 2008, aos 101 anos, no Hospital São Lucas, em Copacabana, vítima de complicações de uma pneumonia. O governo do Rio de Janeiro decretou três dias de luto oficial. Atendendo a um desejo seu, ela foi sepultada em pé, dentro de uma pirâmide de cristal em sua cidade natal, Santa Maria Madalena. Foto: Divulgação