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Tons de bege, off-white e marrom se misturam a alguns pontos de cor e a muitas aplicações na coleção de Verão 2026 da Isa Paes, que foi recentemente desfilada na mostra Modernos Eternos. O lançamento com o tema “Movimento” mescla tendências do mundo da moda com a identidade jovial da marca mineira de quase 20 anos.
Dentre peças masculinas e femininas, fica evidente o olhar atual da designer Isabella Paes, que utiliza diversos detalhes metálicos em dourado. “O segredo foi filtrar essas influências pelo nosso olhar delicado e contemporâneo, mantendo o DNA sofisticado, feminino e atemporal da marca”, comenta. A influência da moda western na coleção é perceptível. Apesar das composições de muitos looks com papetes e rasteiras, a marca apostou bastante nas botas country, com estilo cowboy.
Os chapéus, por outro lado, levam as peças para uma pegada mais praiana, assim como os pareôs, as camisas e os vestidos longos em tecidos como o crepe patou e a twill viscose. “O espírito praiano está presente nas cores da coleção, no brilho suave dos paetês, nos recortes e na leveza dos tecidos”, destaca Isabella. Muitos deles carregam ainda a inspiração do boho, com babados em camadas e tecidos fluidos. “O boho aparece de forma leve e refinada, com os babados e ponteiras orgânicas em tons terrosos”.
Em outras peças, a marca opta pelo uso do linho, que resulta em roupas mais estruturadas e clássicas. Os toques de modernidade ficam por conta das aplicações, que por vezes são de pérolas em formas orgânicas e, em outras peças, de grandes lâminas de paetês dourados e prateados pintados à mão, que se assemelham às escamas de um peixe.
Camisaria e alfaiataria
É impossível dialogar com a mulher moderna sem camisas e alfaiataria. Isabella não apenas entendeu isso, como também apostou nessa linha. Sem abandonar a identidade da marca, ela traz, para essas peças, bordados, paetês em tons neutros e outras aplicações. “Trabalhamos com a alfaiataria em versões diferenciadas, usando tecidos como o crepe Rubia e o cotton empapelado, que traz estrutura, mas também leveza”, explica a designer.
As camisas, em sua maioria fabricadas em linho, aparecem em muitas produções com calças ou saias mais chamativas, com paetês bordados. Essa mistura traz equilíbrio e sofisticação, e mostra que o brilho e o paetê também podem – e devem – fazer parte do verão.
Marrom é a cor mais quente
Em peças lisas e estampadas, o marrom se mostrou forte como nunca. Em tom de chocolate, peças em malha jersey são finalizadas com acabamentos dourados. Em pareôs, vestidos, lenços e bermuda masculina, o marrom compõem o mesmo tecido em versão estampada com flores rosas com contorno laranja.
Esses toques de cor dialogam com os tons neutros em harmonia. “O ponto vibrante veio no pink puxado para o fúcsia, que já faz parte do DNA da marca. Buscamos o equilíbrio, para que cada cor dialogasse com o resto da paleta e com a proposta de movimento delicado. São cores que não competem entre si, mas que se somam, criando uma harmonia visual”, destaca Isabella.
Masculino
A moda para os homens não fica para trás. Conjuntos de camisas de manga curta e bermuda e calças de crochê em tons terrosos com aplicações de pequenas pérolas na mesma paleta de cores simbolizam perfeitamente o diálogo entre o praiano e o glamouroso que a marca propõe.
Vida como inspiração
A coleção Movimento foi produzida em sincronia com um momento especial na vida da designer: a gravidez. Todo o conceito do lançamento, evidentemente, conversa com essa fase. “O movimento para mim tem um significado muito íntimo: é o corpo mudando, o tempo desacelerando, as emoções se transformando. Mais do que nunca, senti que tudo pulsa de maneira diferente”.
Isabella ainda conta que a gestação influenciou seu modo de criar, o seu trabalho como designer. “Essa gestação me conectou com uma forma de criar mais sensível, mais presente e mais intuitiva. A coleção traduz esse estado de transição, esse movimento interno e externo que me acompanha”, ressalta.
Produção e ambientação
O desfile da coleção Verão 2026 da marca foi produzido por Zeca Perdigão e tomou conta de um dos ambientes externos da Escola Estadual Afonso Pena, que abriga a Modernos Eternos Belo Horizonte 2025. Há de se ressaltar o interessante percurso não-linear dos modelos, que subiam do pátio para as varandas da construção histórica, inaugurada em 1897. n