Pênaltis no centro das atenções
Até os melhores jogadores podem falhar em cobranças de pênaltis, como já vimos tantas vezes e vamos continuar vendo
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A temporada 2025 do futebol brasileiro está chegando ao fim com os pênaltis no centro das atenções. No último domingo (14/12), o Cruzeiro foi eliminado pelo Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil ao ser derrotado na disputa de penalidades máximas, graças a duas defesas do goleiro Hugo Souza, que pegou as cobranças de Gabigol e Walace no Itaquerão. Já nesta quarta-feira (17/12), alguns jogadores de Flamengo e Paris Saint-Germain deram uma aula de como não cobrar pênaltis, na decisão da Copa Intercontinental da Fifa, em Doha, no Catar.
Para muitos cruzeirenses, Gabigol foi o grande vilão da eliminação celeste no mata-mata nacional, e o acusam de ter sido displicente na batida. Respeito quem pensa assim, mas não concordo. Vejo mais mérito na tomada de decisão do camisa 1 corintiano que falha na execução da cobrança do 9 celeste.
Ele já cobrou – e converteu – muitos pênaltis de forma muito semelhante à do jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil. A diferença foi que, desta vez, ele teve pela frente alguém que o conhecia de perto e usou essa experiência para se dar bem no duelo mano a mano.
“Eu estudei muito os cobradores do Cruzeiro, mas preferi nem olhar os pênaltis do Gabriel. É um cara que eu conheço há muitos anos, treinamos juntos por cinco anos a partir de 2019. Quando ele chegou no Flamengo, eu já estava lá. Já tinha defendido cobranças dele em treinos e preferi nem olhar os vídeos, fui no meu feeling, fui no que eu acreditei que fosse dar certo. E deu”, explicou Hugo Souza, após a partida no Itaquerão.
Considero que a bronca dos torcedores com Gabigol foi maior pelo fato de, caso ele convertesse a cobrança, o Cruzeiro garantiria classificação à final da Copa do Brasil. Mas, na minha opinião, o Corinthians foi melhor coletivamente em três dos quatro tempos disputados e mereceu a vaga. Não dá para colocar a culpa em um único jogador.
Além disso, não foi a primeira, nem será a última eliminação da Raposa em torneios mata-mata. Que aprenda com os erros e volte mais forte em 2026, não só na Copa do Brasil, mas também no Campeonato Brasileiro e, principalmente, na Copa Libertadores, que voltará a disputar após sete anos.
Já na final do Intercontinental, a explicação para que o Flamengo só tenha convertido uma cobrança, enquanto o PSG colocou apenas duas na rede talvez tenha sido o desgaste provocado por um jogo muito disputado no tempo regulamentar e também na prorrogação. Além disso, dois dos que falharam vinham de problemas físicos e estavam sem ritmo: o brasileiro Pedro, que parou em Safonov, e o francês Dembelé, ganhador da Bola de Ouro da revista France Football e eleito o melhor jogador da temporada pela Fifa, cuja cobrança foi parar na arquibancada do Estádio Ahmad bin Ali.
Isso confirma que até os melhores jogadores podem falhar em cobranças de pênaltis, como já vimos tantas vezes e vamos continuar vendo. Não é só Gabigol quem erra, ok, cruzeirenses?!
Das batidas na decisão do Intercontinental, a pior para mim foi a do zagueiro rubro-negro Leo Pereira. Ele cobrou no meio do gol, sem nenhuma força, facilitando muito o trabalho do arqueiro russo do time francês. Nem por isso deve ser crucificado pelos flamenguistas.
PAUSA RÁPIDA
Com a pausa no calendário do futebol brasileiro, a coluna Dois Toques ganha um merecido descanso após um ano de muita análise e opinião. Desejo a todos excelentes Natal e Ano Novo, com muita paz e saúde, e espero contar novamente com a audiência de vocês em 29 de janeiro, quando estaremos de volta. Um abraço.