A saúde respiratória muitas vezes é comprometida por elementos invisíveis presentes no dia a dia. O Dr. Wanderson, pneumologista (CRM 194049), alerta para um dos principais causadores de inflamações pulmonares: os ácaros. Esses organismos microscópicos estão presentes em travesseiros, sofás, colchões e cobertores, e podem ser o gatilho de sintomas como falta de ar, coceira no nariz, tosse e crises de asma.
Com mais de 60 mil seguidores nas redes sociais, o especialista explica que à noite ou nas primeiras horas da manhã, os sintomas costumam piorar porque é nesse momento que inalamos mais profundamente as partículas que inflamam os pulmões. A seguir, entenda o que são os ácaros, como identificar os sinais de alergia respiratória e o que fazer para controlar o problema.
O que são os ácaros e por que eles fazem mal ao pulmão?
Os ácaros são pequenos insetos que se alimentam de descamações da pele humana. Eles vivem na poeira e liberam restos fecais microscópicos que, ao serem inalados, desencadeiam reações alérgicas. Segundo a Fiocruz, esses alérgenos podem provocar inflamação nas vias respiratórias e agravar quadros como rinite, bronquite e asma.
Por serem invisíveis a olho nu, muitas pessoas desconhecem sua presença, mas os sintomas entregam: coriza, espirros, nariz entupido, coceira, chiado no peito, aperto torácico e até conjuntivite alérgica. Esses quadros são comuns em ambientes fechados e sem ventilação.
Como saber se estou com alergia aos ácaros?
O diagnóstico pode ser feito com testes alérgicos de contato ou exames de sangue, conforme explica o Dr. Wanderson. A identificação precoce é fundamental para evitar crises e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir medicamentos, vacinas e medidas ambientais.

Pessoas com histórico de alergias respiratórias devem procurar um pneumologista ou alergologista para avaliação. Esses profissionais podem orientar sobre os testes disponíveis e formas de controle ambiental.
Quais medidas práticas ajudam a evitar o contato com os ácaros?
A principal dica do especialista é trocar o travesseiro a cada dois anos. Lavar ou colocar no sol não é suficiente: pode, inclusive, aumentar a proliferação dos ácaros. O ideal é usar capas protetoras impermeáveis por dentro e de algodão por fora, que evitam o acúmulo de ácaros e suas secreções.
Outras medidas incluem: abrir janelas diariamente para ventilação, lavar roupas de cama semanalmente com água quente, retirar tapetes e cortinas dos ambientes, usar aspirador de pó com filtro HEPA e considerar o uso de purificadores de ar. Esses hábitos reduzem significativamente a exposição aos alérgenos.
Como os ácaros afetam quadros como bronquite e asma?
Em pessoas com asma, o contato com os ácaros pode desencadear crises graves, levando ao uso frequente de inaladores e até internações. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o controle do ambiente é uma das principais formas de prevenção de sintomas e de complicações respiratórias.
Da mesma forma, a bronquite alérgica pode piorar significativamente em ambientes com altos índices de poeira e ácaros. Crianças e idosos são os mais vulneráveis e devem receber atenção especial.
O que mais posso fazer para proteger meus pulmões em casa?
Criar uma rotina de higiene e ventilação dos ambientes é o primeiro passo. O Dr. Wanderson recomenda evitar acúmulo de objetos que retêm poeira, como bichos de pelúcia, livros abertos, cortinas pesadas e carpetes. Utilizar roupas de cama leves, laváveis e de tecidos naturais também ajuda.
Consultar um especialista ao primeiro sinal de alergia é fundamental. O cuidado com a saúde respiratória deve ser constante, principalmente em regiões com clima seco ou frias, onde os ambientes ficam mais fechados.
Fontes oficiais para informações sobre alergias respiratórias:
- Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia: https://sbpt.org.br
- Fiocruz – Programa de Ambiente Saudável: https://portal.fiocruz.br
- Biblioteca Virtual em Saúde – Alergias: https://bvsalud.org