Você já parou para pensar por que médicos dificilmente ficam doentes? O Dr. Alexandre Feldman (CRM-SP 59046), médico, escritor e palestrante, compartilhou uma reflexão interessante sobre isso. Segundo ele, além dos cuidados técnicos, existe um fator emocional poderoso: a qualidade das conexões humanas. O vínculo com pacientes e seguidores fortalece o sistema imunológico e colabora para a saúde como um todo.
Presente nas redes sociais como @enxaqueca, o Dr. Feldman conta que sente-se energizado ao receber o carinho de quem acompanha seu trabalho. Ele destaca que esse tipo de conexão, mesmo sem contato físico direto, é capaz de produzir efeitos reais no corpo. Trata-se do que a ciência chama de relação parassocial, uma forma de vínculo que desperta sensação de acolhimento, bem-estar e proteção.
Como as conexões sociais impactam o sistema imunológico?
Estudos em neurociência e imunologia mostram que pessoas com boas relações sociais têm menor risco de desenvolver doenças infecciosas. O contato afetivo reduz o estresse, regula os hormônios e fortalece as defesas naturais do organismo. Isso vale tanto para interações presenciais quanto para conexões feitas por redes sociais.
A sensação de pertencimento e apoio emocional gera impactos diretos no funcionamento do corpo. A presença de um círculo social afetuoso está associada à menor produção de substâncias inflamatórias, como o cortisol, e ao aumento de células que combatem vírus e bactérias. É a prova de que o cuidado emocional também é parte da medicina preventiva.
O que é uma relação parassocial e por que ela faz bem?
A relação parassocial acontece quando criamos uma conexão emocional com alguém que conhecemos apenas virtualmente, como médicos, influenciadores ou artistas. Mesmo sem contato direto, sentimos familiaridade, empatia e confiança. É como se aquela pessoa fizesse parte da nossa vida, mesmo que o vínculo não seja recíproco.

Para o Dr. Feldman, esse tipo de interação não é superficial. Ele relata que muitas vezes pacientes o abordam dizendo que já o conhecem de longa data, mesmo que nunca tenham tido contato direto. Essa proximidade emocional é benéfica tanto para o seguidor quanto para o profissional, criando um ambiente de apoio mútuo que favorece a saúde mental e física.
A empatia pode fortalecer o corpo?
Sim. Demonstrar empatia e gratidão ativa regiões do cérebro relacionadas ao prazer e à motivação. Quando uma pessoa se sente acolhida, seu organismo responde com a liberação de hormônios como a ocitocina, que tem efeitos anti-inflamatórios e reguladores do humor. Essa resposta fisiológica contribui para uma imunidade mais equilibrada.
Da mesma forma, quem oferece carinho também colhe benefícios. Ajudar, ouvir ou agradecer gera respostas químicas positivas no corpo, como redução da ansiedade e fortalecimento do sistema imune. O médico que escuta e conforta seus pacientes, como no caso do Dr. Feldman, também se fortalece por meio dessas interações humanas.
O apoio virtual tem o mesmo efeito que o presencial?
Embora o contato físico tenha benefícios únicos, o apoio recebido pelas redes sociais pode ter efeitos similares no campo emocional. Comentários, mensagens de gratidão e interações positivas criam um senso de comunidade que reduz o sentimento de solidão e aumenta a sensação de pertencimento. Isso é especialmente importante em tempos em que o convívio presencial pode ser limitado.
O Dr. Feldman reforça que se sente verdadeiramente acompanhado por seus seguidores. Mesmo aqueles que apenas assistem e não interagem diretamente exercem um papel importante. Ele afirma que essa rede de apoio constante é um dos fatores que o mantém saudável, motivado e emocionalmente equilibrado para continuar cuidando de tantas pessoas.
Por que reconhecer esse vínculo é tão importante?
Valorizar as relações sociais como parte da saúde integral é uma mudança de paradigma. Mais do que exames e tratamentos, o ser humano precisa de afeto, atenção e sentido de pertencimento. Reconhecer que o carinho recebido, mesmo à distância, pode proteger o corpo é um passo importante na construção de uma vida mais saudável.
O Dr. Feldman encerra sua fala com gratidão, reforçando que o carinho que recebe é combustível para sua missão. E essa troca genuína é, também, um dos segredos para sua imunidade elevada e resistência diante de tantas demandas do dia a dia.
Fontes e links utilizados
- Harvard Health Publishing – “Do parasocial relationships fill a loneliness gap?”
https://www.health.harvard.edu/blog/do-parasocial-relationships-fill-a-loneliness-gap-202409303074 - Verywell Health – “Why Giving and Receiving Is Good for Your Health”
https://www.verywellhealth.com/why-giving-and-receiving-is-good-for-you-5214175 - ScienceDirect – “Social relationships and immune function”
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666354625000511 - ResearchGate – “Social media influencers and followers’ loneliness”
https://www.researchgate.net/publication/386047812