A China retomou o sistema arroz–peixe–pato, usando mais de 100 mil animais em arrozais para controlar pragas sem agrotóxicos. O método regenera o solo, reduz pesticidas e aumenta a produtividade do arroz em até 20%.
A China voltou a chamar atenção do mundo ao empregar mais de 100 mil patos, peixes e carpas em arrozais. O sistema reduz pragas, regenera o solo e aumenta a produtividade agrícola sem agrotóxicos, resgatando uma prática ancestral agora validada pela ciência.
Como funciona o sistema de patos e peixes nos arrozais?
O método transforma o arrozal em um ecossistema vivo. Após o plantio do arroz, patos jovens e peixes de água doce são soltos nos campos alagados, onde passam a interagir diretamente com o solo, a água e as plantas.
Cada animal cumpre uma função específica. Os patos controlam insetos e ervas daninhas, enquanto os peixes consomem larvas e resíduos orgânicos, criando um ciclo natural de equilíbrio que dispensa insumos químicos.

Por que esse sistema controla pragas sem agrotóxicos?
Estudos apontam que o controle biológico nos arrozais integrados é altamente eficiente. A presença constante de animais reduz drasticamente a população de pragas, evitando perdas na lavoura. Os principais efeitos observados incluem os pontos abaixo.
- Redução de até 90%: queda na incidência de insetos nocivos e caramujos.
- Eliminação de pesticidas: menor contaminação do solo, da água e do arroz.
- Alimentos mais limpos: diminuição de resíduos químicos no grão final.
De que forma o solo agrícola se recupera com esse método?
Ao contrário das monoculturas intensivas, esse modelo evita a compactação do solo. O movimento dos animais melhora a oxigenação da água e favorece a atividade de microrganismos benéficos.
Além disso, os resíduos orgânicos de patos e peixes funcionam como fertilizante natural, aumentando a matéria orgânica, a retenção de água e a disponibilidade de nutrientes essenciais ao arroz.

Esse sistema realmente aumenta a produtividade do arroz?
Dados de campo mostram que a produção não apenas se mantém, como cresce. Em áreas onde o sistema é adotado, a produtividade do arroz sobe entre 10% e 20%, graças ao solo mais fértil e ao menor ataque de pragas.
- Diversificação de renda: além do arroz, há venda de patos e peixes.
- Segurança alimentar: mais proteína disponível para famílias rurais.
- Estabilidade produtiva: lavouras mais resistentes a extremos climáticos.
Por que a China voltou a incentivar essa prática ancestral?
Diante de desafios como contaminação ambiental e degradação do solo, o país passou a priorizar agricultura de baixo impacto. O sistema arroz–peixe–pato reduz custos, poluição e dependência de insumos industriais.
Reconhecido pela FAO como um Sistema Agrícola de Importância Global, o modelo mostra que tradição e ciência podem caminhar juntas, oferecendo uma solução eficiente para produzir mais alimentos com menos danos ao ambiente.




