O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão relevante acerca do papel do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no amparo a mulheres vítimas de violência doméstica, ao determinar que o órgão deve conceder benefícios temporários, semelhantes ao auxílio-doença, para possibilitar o afastamento do trabalho de mulheres nessa situação.
Como o STF decidiu sobre INSS e Maria da Penha?

O caso analisado pelo STF envolveu uma trabalhadora do Paraná que buscava o direito ao benefício após sofrer violência doméstica. O INSS argumentou não ter obrigação legal de pagar esse benefício, já que a Lei Maria da Penha não prevê expressamente essa responsabilidade.
O ministro relator Flávio Dino destacou que o sistema jurídico deve ser interpretado de forma a garantir máxima proteção às mulheres em situação de violência. Assim, o STF optou por uma interpretação que fortalece a aplicação da Lei Maria da Penha e os direitos das vítimas.
Quais atribuições do INSS na proteção?
A decisão do STF amplia a atuação do INSS, reforçando seu papel não apenas como agente previdenciário, mas também como parte da rede de proteção social. Além disso, visa impedir que o impacto financeiro recaia unicamente sobre o órgão público.
Para evitar prejuízo ao INSS, foi estabelecida a possibilidade de ressarcimento posterior por meio de ações judiciais contra os responsáveis pela violência, promovendo a responsabilização:
- O INSS concede o benefício à vítima
- Posteriormente, pode buscar ressarcimento dos agressores na Justiça Federal
- O objetivo é dividir o ônus financeiro e punir o agressor
Como mulheres trabalhadoras são beneficiadas?
Para trabalhadoras vítimas de violência doméstica, a decisão representa a garantia de segurança financeira enquanto se recuperam do trauma, sem maiores prejuízos ao vínculo empregatício. Permite o afastamento do trabalho até seis meses sem perda de direitos.
Além da manutenção da remuneração, devem ser preservados direitos como FGTS, previdência, tempo de serviço e estabilidade no emprego, protegendo a mulher de penalizações adicionais decorrentes da violência sofrida. Essa medida também favorece a recuperação emocional e física, uma vez que permite tempo adequado para tratamento e reorganização de vida.
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É justa a obrigação do INSS em pagar?

A discussão sobre se o INSS deve arcar com esse benefício gera debates jurídicos, mas evidencia a importância de mecanismos de assistência às vítimas de violência. A decisão do STF reconhece o dever do Estado e de suas instituições em garantir amparo efetivo nesses casos.
Enquanto se busca ressarcimento judicial do agressor, a concessão imediata do benefício pelo INSS evita que a vítima seja duplamente prejudicada. Essa iniciativa também fortalece políticas públicas de proteção à mulher e incentiva novos debates sobre medidas preventivas e assistenciais no sistema previdenciário brasileiro.
Como será aplicada a decisão do STF?
A implementação da decisão depende de ajustes administrativos e articulação entre Judiciário e Executivo. A União e o INSS precisarão criar normativas internas para operacionalizar rapidamente a concessão dos benefícios.
Essas mudanças demonstram o avanço das políticas públicas no Brasil, consolidando um sistema que se adapta à proteção dos direitos das mulheres e reafirma o compromisso contra a violência doméstica em todo o país.




