A procrastinação é um comportamento comum, mas pode se transformar em um padrão que aumenta o estresse e afeta metas pessoais. Entender por que adiamos tarefas e como romper esse ciclo ajuda a recuperar o foco e agir com mais clareza no dia a dia.
Por que nosso cérebro insiste em adiar tarefas importantes?
A psicóloga Alícia Marques explica que a procrastinação surge como forma de aliviar emoções desconfortáveis, como ansiedade ou tédio. O alívio inicial funciona como recompensa, mas logo é substituído por culpa e vergonha, alimentando um ciclo que torna a tarefa ainda mais difícil de iniciar.
Ela ressalta que esse padrão não está ligado apenas à preguiça, mas a vulnerabilidades como medo de errar, perfeccionismo e autocrítica. Quando o adiamento começa a comprometer objetivos e gerar sofrimento, o comportamento deixa de ser pontual e passa a se tornar um problema emocional.

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Quais desculpas mais comuns usamos para justificar o adiamento?
Segundo a psicóloga Andreia Ferreira, reconhecer nossas próprias justificativas ajuda a identificar o momento exato em que estamos prestes a procrastinar. A mente cria argumentos convincentes para evitar o desconforto, reforçando o hábito antes mesmo de percebermos, e isso abre espaço para desculpas automáticas que se repetem no dia a dia.
Essas justificativas se manifestam de formas muito previsíveis e costumam seguir padrões emocionais claros, criando um roteiro interno que sabota o avanço das tarefas; abaixo você vê as mais comuns citadas pelos especialistas.
- “Estou cansado”: usada para evitar tarefas consideradas difíceis.
- “Faço quando tiver tempo”: cria falsa sensação de organização.
- “Preciso estar inspirado”: mantém a pessoa presa à espera da motivação.
- “Vou arrumar tudo antes”: desvia o foco para tarefas menos importantes.
A procrastinação pode ter tipos diferentes e sinais próprios?
Andreia Ferreira diferencia duas formas de adiar tarefas: a procrastinação ativa, quando a pessoa escolhe adiar algo para priorizar outra ação de forma funcional, e a versão passiva, motivada por emoções negativas e que gera prejuízos práticos e emocionais.
Já a psicóloga Marisa Marques destaca que pensamentos como “não sou capaz” ou “vou falhar” ativam impulsos de fuga, fazendo o cérebro evitar o desconforto. O resultado é um padrão automático em que o adiamento parece acontecer sem que a pessoa perceba.

Quais estratégias realmente funcionam para interromper o ciclo?
Para Marques, começar mesmo sem motivação é uma das técnicas mais eficientes. Ação mínima, aliada ao reconhecimento das emoções envolvidas, reduz a carga mental associada à tarefa e enfraquece o impulso de adiar.
- Regra dos 5 minutos: iniciar a tarefa por pouco tempo ajuda a quebrar a inércia.
- Relembrar o propósito: conectar a ação aos valores pessoais aumenta o foco.
- Permitir desconforto: aceitar que emoções difíceis fazem parte do processo.




