A capacidade de se pendurar em diferentes superfícies é uma habilidade ancestral que foi redescoberta em nossa era moderna. Este gesto, parte essencial do repertório físico dos primeiros hominídeos, chegou até nós através de diferentes formas de atividades físicas e esportivas. O dead hang é um dos exercícios que encapsula essa capacidade primitiva, sendo parte importante de rotinas em disciplinas como o crossfit, a escalada e as corridas de obstáculos, entre outras.
O dead hang envolve suspender-se em uma barra ou em anéis, utilizando majoritariamente a força de preensão dos músculos dos braços, ombros e costas. Embora pareça um movimento simples, os benefícios que proporciona são muitos. Esse exercício permite não apenas melhorar a mobilidade e a estabilidade dos ombros, mas também fortalecer e tonificar as costas, o abdômen e os braços. Além disso, reconecta o ser humano com suas habilidades físicas básicas que predominaram em épocas ancestrais, segundo explica o Javier Furman, que é fisioterapeuta e também atua como kinesiólogo (profissional de saúde especializado no estudo do movimento humano). Em algumas cidades do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro, academias já incorporaram o dead hang em suas rotinas funcionais, refletindo o interesse crescente na prática.
Como o dead hang se relaciona com a saúde geral?
A melhoria na força de preensão associada ao dead hang tem sido ligada a inúmeros benefícios para a saúde. Pesquisas indicam que uma força de preensão superior pode se correlacionar com melhor função cognitiva, menor risco de morte prematura e envelhecimento mais lento. Isso ocorre porque o exercício, por ser isométrico, gera uma ação muscular sem que haja encurtamento ou alongamento das fibras musculares, o que contribui para a mobilização e flexibilidade de vários segmentos do corpo.
A prática desse exercício também envolve o sistema nervoso ao estimular capacidades neurocognitivas. O controle da respiração, a concentração e a gestão do peso corporal durante a suspensão são aspectos que muitos praticantes descrevem como quase meditativos, proporcionando uma conexão maior com o próprio corpo.
Quais são as formas de realizar o dead hang: ativa e passiva?
O dead hang pode ser dividido em duas principais formas de prática: ativa e passiva. A suspensão ativa implica retrair os ombros para trás e para baixo, trabalhando os músculos responsáveis por puxar objetos em direção ao corpo, tornando o exercício ideal para quem pratica esportes como escalada e natação. Já a suspensão passiva consiste em deixar o corpo suspenso sem esforço adicional, permitindo um descanso muscular mais relaxado, mas ainda assim benéfico.
Para maximizar esses benefícios, é aconselhável complementar o exercício com movimentos concêntricos, que envolvem a contração do músculo enquanto vence resistências externas, e excêntricos, nos quais o músculo se alonga durante a contração sob resistência.
Quais precauções devem ser consideradas ao praticar o dead hang?
Embora o dead hang seja geralmente seguro, deve-se considerar algumas precauções antes de praticá-lo. É recomendado consultar um especialista para avaliar se a técnica pode agravar lesões pré-existentes. É importante evitar o dead hang em casos de lesão no ombro, já que o esforço pode aumentar o risco de piora do quadro. Além disso, uma má coordenação dos músculos respiratórios durante a suspensão pode causar dores lombares. Também é necessário ter cuidado em praticar o exercício se houver discopatia ou hérnia de disco.
Em resumo, o dead hang é um exercício rico em benefícios físicos e mentais, que homenageia uma habilidade ancestral do ser humano, mas que deve ser abordado com as devidas precauções para evitar lesões desnecessárias e manter uma saúde ótima. Para aqueles que desejam iniciar, recomenda-se buscar orientação de um profissional qualificado e respeitar os limites do próprio corpo.




