Falência da Serede levou à demissão de cerca de 4,8 mil trabalhadores ligados à Oi. Rescisões ficaram travadas, créditos viraram concursais e dependem da Justiça, enquanto sindicatos alertam para riscos à rede de telecomunicações essenciais.
A falência da Serede provocou uma demissão em massa que atingiu cerca de 4,8 mil trabalhadores ligados à Oi em todo o Brasil. O colapso da empresa travou rescisões, empurrou créditos para a Justiça e acendeu alertas sobre riscos aos serviços essenciais de telecomunicações.
Como a falência da Serede foi decretada e executada?
A falência da Serede foi decretada no dia 19, com antecipação dos efeitos da liquidação. Poucos dias depois, em 22, a empresa anunciou o encerramento imediato de todos os contratos de trabalho, passando a atuar formalmente como Massa Falida sob ordem judicial.
Com a decisão, a empresa informou estar impedida de manter operações fora do que fosse autorizado pelo juízo responsável. Na prática, isso significou a paralisação quase total da estrutura que atendia a Oi em diversas regiões do país.

Quem são os trabalhadores impactados pela demissão em massa?
O desligamento coletivo atingiu profissionais que atuavam diretamente na manutenção e expansão da rede de telecomunicações. A demissão foi considerada abrupta pelos sindicatos, principalmente pela ausência de informações claras sobre direitos básicos, como mostram os grupos afetados a seguir.
- Técnicos de campo: responsáveis por instalação, manutenção e reparos da rede.
- Equipes administrativas: profissionais ligados à gestão, suporte e logística.
- Times de implementação: grupos que atuavam em projetos e contratos ativos.
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Por que rescisões e direitos trabalhistas ficaram travados?
Após a falência, a Serede informou que todos os créditos trabalhistas passaram a ter natureza de créditos concursais. Isso inclui salários atrasados, férias, horas extras, verbas rescisórias e depósitos de FGTS não recolhidos.
Na prática, os ex-funcionários precisam habilitar seus créditos no processo falimentar e buscar a Justiça do Trabalho para apuração dos valores. O pagamento depende da venda de ativos e de decisões judiciais, sem qualquer garantia de prazo.

O que os sindicatos criticam na condução do processo?
As federações do setor classificaram a condução da falência como desorganizada e prejudicial. Para as entidades, a exigência de devolução imediata de equipamentos e veículos, mesmo com contratos ativos, agrava o cenário, como indicam os pontos a seguir.
- Falta de termos de rescisão: trabalhadores ficaram sem documentos essenciais.
- Ausência de guias: não houve liberação de seguro-desemprego e informações de FGTS.
- Erro estratégico: demissão total enfraquece a própria recuperação de ativos.
Quais riscos a falência da Serede traz aos serviços essenciais?
Além do impacto social, sindicatos alertam para o risco sistêmico à infraestrutura de telecomunicações da Oi. A retirada repentina das equipes técnicas compromete a manutenção de redes que atendem serviços públicos e privados considerados essenciais.
Telefonia, transmissão de dados e soluções corporativas podem sofrer falhas, afetando empresas, órgãos públicos e até serviços de emergência. O cenário expõe uma contradição grave: direitos trabalhistas ficam suspensos enquanto a rede segue vital para o país.




