A discussão sobre a nova taxa de turismo em Angra dos Reis recoloca a Ilha Grande no centro do debate sobre sustentabilidade, vocação turística e custo real de visitar um dos destinos mais cobiçados do litoral fluminense, onde mar verde-esmeralda, praias claras e Mata Atlântica preservada convivem com desafios de infraestrutura, gestão de resíduos e pressão crescente do turismo.
O que é a nova taxa de turismo em Angra dos Reis
A chamada Taxa de Turismo Sustentável começa a valer em janeiro de 2025 e será cobrada de turistas que visitarem tanto o continente quanto as mais de 300 ilhas do município. Criada por lei municipal, ela é apresentada pela prefeitura como forma de financiar saneamento, coleta de lixo e manutenção de infraestrutura em áreas de grande fluxo, como a Vila do Abraão, na Ilha Grande.
O valor inicial é de dez Ufirs municipais, cerca de R$ 47,50 por visitante, com aumento gradual até 2028. Quem ficar apenas no continente paga metade do valor, enquanto o acesso às ilhas terá tarifa cheia, válida para permanência de até sete dias, com acréscimos diários a partir do oitavo dia.
💰 Taxa de Turismo Sustentável em Angra dos Reis
Entenda como funcionará a cobrança, os valores previstos e o impacto para turistas e famílias nos próximos anos.
| Ano / Situação | Valor da taxa | Quem paga | Observações importantes |
|---|---|---|---|
| 2026 (início da cobrança) |
10 Ufirs R$ 47,50 |
Turistas que utilizam embarcações de empresas de travessia e passageiros de transatlânticos | Para quem visita apenas o continente, será cobrada metade do valor |
| 2027 |
15 Ufirs R$ 71,26 |
Visitantes com destino às ilhas ou ao continente | Mantém a lógica de tarifa reduzida apenas para quem embarcar em Angra |
| A partir de 2028 |
20 Ufirs R$ 95,00 |
Turistas que desejarem visitar qualquer ilha (por um dia ou até uma semana) | Valor baseado em Ufirs, que sofrem reajuste anual |
| Estadia prolongada |
1 Ufir por dia R$ 4,75/dia |
Visitantes que permanecerem mais de 7 dias | A cobrança diária passa a valer a partir do oitavo dia |
| Chegada por outros municípios | R$ 95,00 | Passageiros que embarcarem por Conceição de Jacareí ou Mangaratiba | Não há tarifa reduzida nesses casos |
| Impacto para famílias | R$ 190,00 | Família com dois filhos (2026) | Valor extra além das passagens de barco, segundo representantes locais |
⚠️ Ponto de atenção: representantes de moradores alertam que o aumento da taxa pode reduzir o consumo no comércio local e limitar o acesso de famílias de menor renda ao turismo na região.
Como vai funcionar a cobrança da taxa no dia a dia
De acordo com o modelo aprovado, em 2028 o visitante interessado em conhecer as ilhas, inclusive a Ilha Grande, pagará em torno de 20 Ufirs (cerca de R$ 95, nos valores atuais) por estadia de até uma semana. Após esse período, entra em vigor um adicional diário calculado também em Ufir, o que torna o custo maior para quem pretende permanecer mais tempo.
A cobrança será feita prioritariamente por meio das empresas de transporte marítimo autorizadas, estruturas como o Cais de Santa Luzia e aplicativos oficiais do município. A ideia é integrar o pagamento ao fluxo de embarque, reduzindo evasão e permitindo fiscalização mais rápida na chegada às ilhas.
De que forma a taxa de turismo impacta a Ilha Grande
A taxa de turismo em Angra dos Reis afeta diretamente a Ilha Grande, um dos destinos mais disputados da Costa Verde. Moradores e empresários de hospedagem, passeios de barco e alimentação temem migração de visitantes para outros roteiros, como Paraty, litoral paulista e balneários vizinhos, devido ao aumento do custo total da viagem.
Associações locais costumam citar exemplos de famílias com filhos que, somando transporte, alimentação e diárias, passam a ter uma despesa extra relevante apenas com o tributo. Para organizar as principais preocupações do trade turístico, alguns pontos críticos são frequentemente destacados:
- Setor de hospedagem teme queda na taxa de ocupação ao longo do ano.
- Comércio local pode registrar redução no tíquete médio de consumo.
- Passeios de barco e guias dependem de fluxo constante de visitantes.

A taxa de turismo garante preservação ambiental e transparência
Ambientalistas e especialistas em tributação questionam se a taxa de turismo em Angra dos Reis será realmente suficiente e bem aplicada para proteger a Ilha Grande e outras áreas sensíveis. A prefeitura afirma que o custo anual com recolhimento de lixo na ilha é alto e que a arrecadação atual de impostos, como o ISS, não cobre de forma confortável essas despesas.
Entidades ambientais apontam a ausência de um fundo específico para meio ambiente e turismo e a falta de definição oficial da capacidade de carga turística de praias e vilas. Defendem ainda relatórios periódicos de prestações de contas, com dados públicos sobre quanto foi arrecadado, onde foi investido e quais melhorias concretas foram entregues ao destino.
Quais são os próximos passos para turistas e moradores
Com a entrada em vigor da nova taxa de turismo em Angra dos Reis, turistas precisam se informar com antecedência sobre valores, regras e canais oficiais de pagamento, especialmente ao planejar estadas na Ilha Grande. Já moradores e empresários devem acompanhar de perto a arrecadação e cobrar transparência, ajustes e investimentos visíveis na infraestrutura local.
Se você pretende visitar Angra ou depende do turismo na região, o momento de agir é agora: informe-se, participe de reuniões comunitárias, pressione por um fundo específico e por divulgação pública dos gastos. Cada decisão tomada em 2025 pode definir se a taxa será apenas mais um custo no seu bolso ou uma ferramenta real para garantir que a Ilha Grande continue viva, acessível e preservada pelas próximas gerações.




