Um Pix de R$ 3.950 enviado por erro de chave gerou ação judicial após o recebedor bloquear contato e negar devolução. A Justiça determinou a restituição integral com base no princípio do enriquecimento sem causa.
Um Pix enviado por engano acabou se transformando em um problema judicial após o recebedor se recusar a devolver R$ 3.950. O caso envolveu bloqueio de contato, negativa de restituição e decisão da Justiça para impedir enriquecimento sem causa.
Como um erro no Pix gerou um conflito judicial?
O episódio começou quando o autor tentou transferir dinheiro entre contas próprias, mas digitou a chave errada. O valor acabou indo para um terceiro, caracterizando um Pix enviado por engano que rapidamente saiu do controle e gerou prejuízo imediato.
Ao perceber a falha, o pagador tentou resolver a situação de forma direta. No entanto, o recebedor bloqueou qualquer contato e se recusou a devolver o valor, o que levou o caso ao Juizado Especial Cível de Águas Claras.

O que o recebedor do Pix fez após receber o valor?
Mesmo sendo informado do erro, o homem manteve o dinheiro e ignorou todas as tentativas de solução amigável. A conduta chamou atenção da Justiça, já que o valor permaneceu em sua conta sem qualquer justificativa legal, como mostram os pontos a seguir.
- Bloqueio de contato: o recebedor impediu qualquer comunicação com quem enviou o Pix.
- Recusa de devolução: não houve restituição espontânea dos R$ 3.950.
- Inércia processual: o réu não se manifestou na ação e teve revelia decretada.
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Por que o banco não devolveu o Pix automaticamente?
Ao procurar a instituição financeira, o autor foi informado de que o banco não poderia realizar estorno ou bloqueio do valor. As instituições alegaram que não têm autorização para movimentar recursos sem ordem judicial.
A decisão seguiu normas do Banco Central, que impedem qualquer intervenção unilateral em contas de clientes. Dessa forma, a responsabilidade de buscar a devolução do valor transferido por engano recaiu exclusivamente sobre o pagador.
Qual foi o entendimento da Justiça sobre o Pix errado?
A juíza responsável pelo caso reconheceu que houve erro na digitação da chave, mas destacou que isso não isenta quem recebeu o dinheiro. O princípio do enriquecimento sem causa foi determinante para a sentença.
Segundo a magistrada, quem se beneficia indevidamente de valor alheio deve restituí-lo, independentemente da falha inicial. Assim, foi determinada a devolução integral dos R$ 3.950 do Pix enviados por engano.
Confira o vídeo compartilhado pelo canal do TikTok karineluiz.adv onde é explicado como um “Pix por engano” pode ser também um esquema de golpe financeiro. Ela passa dicas de como agir em caso de dúvidas.
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O que aprender com casos de Pix enviado por engano?
Situações como essa mostram que erros simples podem gerar grandes transtornos financeiros e jurídicos. Conhecer as regras e agir rápido faz diferença, especialmente em transferências instantâneas, como demonstram os pontos abaixo.
- Conferência da chave: revisar dados antes de confirmar evita erros irreversíveis.
- Ação imediata: tentar contato rápido pode facilitar a solução amigável.
- Via judicial: quando há recusa, a Justiça garante o direito à devolução.
O caso deixa claro que, no Pix, rapidez exige atenção redobrada, pois um simples erro pode terminar em disputa judicial e dor de cabeça prolongada.




