O chamado 13º salário é uma gratificação obrigatória paga no fim do ano a quem trabalha com carteira assinada no Brasil, além de aposentados e pensionistas do INSS, sendo um direito trabalhista e previdenciário que segue regras específicas de cálculo, proporcionalidade, prazos de pagamento e situações especiais como demissão e contratos temporários.
Quem tem direito ao 13º salário no Brasil

O 13º é garantido a quem mantém vínculo de emprego regido pela CLT. Entram nesse grupo empregados de empresas privadas, trabalhadores rurais, empregados domésticos com carteira assinada e trabalhadores avulsos intermediados por sindicatos ou órgãos gestores de mão de obra.
Além dos celetistas, aposentados e pensionistas do INSS recebem o abono anual, conhecido como 13º de aposentadoria, calculado com base no valor do benefício previdenciário. Em todos os casos, trata-se de direito previsto em legislação federal, que não pode ser reduzido por contratos ou acordos.
Como funciona o tempo mínimo de serviço para ter direito ao 13º salário
Para fins de cálculo, o ano é dividido em 12 frações mensais, e cada mês só entra na conta se o trabalhador tiver permanecido na empresa por, pelo menos, 15 dias. Quem começou em março, por exemplo, terá computados os meses a partir da admissão, desde que essa permanência mínima seja respeitada em cada período.
O valor, portanto, varia conforme o tempo trabalhado no ano. Quem trabalhou os 12 meses tende a receber o equivalente a um salário bruto, enquanto quem mudou de emprego, ficou desempregado ou entrou no mercado tardiamente recebe apenas a fração correspondente, inclusive em casos de demissão e término de contrato.
Como é calculado o 13º salário na prática
O cálculo do 13º salário segue, em geral, a fórmula: remuneração mensal de referência dividida por 12, multiplicada pelo número de meses válidos. A base inclui salário contratual e verbas salariais, como adicionais (insalubridade, periculosidade, adicional noturno) e médias de horas extras e comissões.
Benefícios de caráter indenizatório, como vale-transporte ou certos auxílios-alimentação, normalmente não entram na conta. O valor bruto é dividido em duas parcelas: a primeira, em regra, corresponde à metade do valor sem descontos, e a segunda traz os descontos obrigatórios de INSS e, quando devido, de Imposto de Renda, conforme tabelas e alíquotas progressivas vigentes.
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O que acontece com o 13º salário em caso de demissão
Quando o contrato de trabalho termina antes do fim do ano, surge o 13º proporcional. Em casos de dispensa sem justa causa ou pedido de demissão, a empresa deve apurar os meses efetivamente trabalhados e pagar a fração correspondente na rescisão, considerando apenas meses com ao menos 15 dias trabalhados.
Em desligamentos por justa causa, o empregado perde o 13º referente ao ano em curso. Já contratos por prazo determinado com vínculo celetista, inclusive temporários, geram direito ao benefício proporcional. Para organizar essa verificação, é útil seguir os seguintes passos básicos:
- Identificar o tipo de desligamento no termo de rescisão.
- Verificar o número de meses com pelo menos 15 dias trabalhados.
- Aplicar a fórmula de proporcionalidade sobre a remuneração base.
- Checar se o valor de 13º consta no demonstrativo de verbas rescisórias.
Quais são os prazos de pagamento do 13º salário

A legislação estabelece dois marcos principais para o pagamento. A primeira parcela deve ser quitada até o fim de novembro, podendo ser antecipada e paga junto com as férias, desde que o empregado tenha solicitado essa opção dentro do prazo definido pela empresa, geralmente no início do ano.
A segunda parcela deve ser paga até 20 de dezembro, sendo adiantada se a data cair em fim de semana ou feriado. O parcelamento é limitado a duas parcelas, e pagar em três ou mais vezes não tem amparo legal. Em caso de atraso ou não pagamento, o empregador pode sofrer penalidades, e o trabalhador pode buscar sindicatos, defensorias ou a inspeção do trabalho.
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Estagiários, temporários e autônomos têm direito ao 13º salário
Estágios, regidos por lei própria, não criam vínculo de emprego, razão pela qual estagiários não têm direito ao 13º salário. A bolsa ou auxílio de estágio tem natureza distinta do salário celetista. Já o trabalhador temporário contratado com registro em carteira participa das mesmas regras de décimo terceiro, ainda que o contrato seja curto.
Autônomos, freelancers e profissionais que atuam como pessoa jurídica não recebem 13º por padrão, pois não há relação empregatícia. Nesses casos, o planejamento financeiro deve considerar a ausência desse pagamento extra, com reserva de parte da renda ao longo do ano para compensar esse benefício típico das relações formais de emprego.




