Maria Clara Souza, uma dedicada agente comunitária de saúde de 42 anos, teve sua vida abalada por um pequeno erro burocrático. Ela, mãe de dois adolescentes, Lucas e Helena, lutou para conquistar um apartamento pelo programa Minha Casa Minha Vida em Belo Horizonte, que se tornou símbolo de estabilidade. Contudo, em junho de 2025, ao tentar atualizar a titularidade do imóvel após o falecimento do marido, Maria Clara descobriu um erro em seu sobrenome, “Sousa” no lugar de “Souza”, fato que acarretou consequências devastadoras para sua família.
Quais os riscos legais de um erro em documentos imobiliários?
O erro de grafia em documentos pode colocar em dúvida a titularidade do imóvel, afetando direitos fundamentais da família. A legislação, como a Lei nº 4.380/64 e a Lei nº 13.465/17, exige precisão na documentação para transferência e regularização de imóveis.
Pela necessidade de registro correto, qualquer falha pode levar até à perda do imóvel ou à impossibilidade de regularização, prejudicando, especialmente, famílias em programas sociais.
Por que a correção de dados em registros imobiliários é tão difícil?
A retificação de registros costuma ser um processo burocrático, especialmente quando envolve vários documentos ou demandas judiciais. Muitas vezes, famílias precisam entrar com ação judicial, recorrer ao Ministério Público e enfrentar longos prazos.

Confira fatores que tornam esse processo mais complexo e desafiador:
- Exigência de ação judicial para erros em múltiplos documentos públicos
- Intervenção do Ministério Público em casos de imóveis de programas sociais
- Demora nos cartórios e altos custos com taxas
- Tempo médio de resolução que pode ultrapassar 18 meses, segundo dados do CNJ de 2024
O que a família Souza fez para tentar resolver o problema?
Em busca de solução, Maria Clara Souza procurou apoio na Defensoria Pública e participou de mutirões de regularização fundiária. Ela também recorreu ao banco financiador e à Caixa Econômica Federal para reconsideração do caso.
No entanto, a morosidade judicial e a inflexibilidade da instituição bancária resultaram na abertura de processo de reintegração de posse, culminando em ordem de desocupação em 30 dias.
Quais os impactos emocionais e sociais para a família em situação de risco habitacional?
Com a iminente perda do lar, Lucas e Helena enfrentam instabilidade e risco de perder o círculo escolar e social. A saúde mental já afetada pelo luto tornou-se ainda mais delicada.
A insegurança habitacional e a dificuldade de encontrar nova morada aumentam a vulnerabilidade social da família, e ampliam as consequências emocionais negativas.
Como prevenir erros documentais e proteger famílias vulneráveis de despejos injustos?
Para evitar tragédias semelhantes, é fundamental orientar sobre a importância da conferência de documentos e fortalecer a assistência jurídica estatal. Alterações legislativas também podem ajudar, proporcionando mais tempo para correções formais sem risco de despejo.
Campanhas informativas, atendimento jurídico rápido e medidas de proteção são cruciais para garantir justiça e dignidade na moradia. Investimentos nessas áreas podem evitar que novas famílias passem pelo que enfrentou a família de Maria Clara Souza.




