Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal alterou significativamente o cenário fiscal dos brasileiros aposentados que vivem no exterior, ao considerar, no Tema 1.174, que benefícios de aposentadoria e pensão pagos a residentes fora do Brasil são isentos de imposto de renda, repercutindo em diversas sentenças judiciais pelo país.
Qual é o impacto da decisão do STF nas finanças de brasileiros no exterior?

O entendimento firmado pelo STF considerou inconstitucional a cobrança do imposto sobre aposentadorias de residentes fora do país. Esse posicionamento foi determinante para que a Justiça Federal, como exemplificado na sentença do juiz Sócrates Leão Vieira em Anápolis, anulasse cobranças passadas contra aposentados que vivem no exterior.
No caso analisado, a autora buscou afastar a obrigação de pagar imposto de renda sobre sua aposentadoria e a restituição dos valores pagos desde 2020. Apesar da resistência inicial da União, o STF já havia consolidado entendimento contra a alíquota de 25%, levando à decisão em favor da contribuinte.
Como a Justiça está aplicando a isenção para aposentados fora do Brasil?
A Justiça tem reconhecido integralmente o direito dos aposentados no exterior de não serem tributados pelo imposto de renda em seus benefícios. Recentemente, decisões em primeira instância anularam a cobrança e determinaram a devolução de valores pagos a maior, dando efeito imediato às orientações do STF.
Essas decisões também determinam a interrupção imediata da retenção do imposto sobre os proventos dos beneficiários, fortalecendo o caráter protetivo da regra fiscal recém-consolidada. Isso incentiva outros brasileiros em situação semelhante a buscarem a devida reparação.
Essas decisões afetam diretamente todos os aposentados que moram fora do Brasil?
Sim, a interpretação do Tema 1.174 é válida para todos os brasileiros aposentados residentes no exterior, desde que seus rendimentos estejam enquadrados conforme os critérios definidos pelo STF. Isso vale inclusive para aposentadorias equivalentes a um salário mínimo, já automaticamente isentas do imposto.
Para quem se enquadra nessas situações, é recomendável observar alguns pontos ao buscar a reparação judicial, de acordo com as novas orientações:
- Comprovar residência oficial fora do Brasil.
- Verificar se o benefício previdenciário é de aposentadoria ou pensão.
- Observar prazos para solicitar restituição (máximo cinco anos retroativos).
- Buscar assistência jurídica especializada para ação adequada.
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Quais são as próximas etapas para os aposentados do exterior após a decisão do STF?
Após a decisão, cada aposentado que foi tributado indevidamente pode ingressar com ação judicial para pedir a restituição dos valores pagos nos últimos cinco anos, sendo essas quantias corrigidas pela taxa Selic. Além disso, os tribunais vêm garantindo a interrupção imediata das retenções futuras.
O acompanhamento jurídico se tornou essencial para garantir o fim da tributação indevida. A decisão também destaca a necessidade de atenção aos próximos julgamentos e possíveis alterações na legislação, tornando o suporte especializado um diferencial para manter a estabilidade financeira desses brasileiros no exterior.




