A violência nas escolas é um tema cada vez mais frequente nos debates sociais, tornando o ambiente escolar um local de insegurança e desafios diários, especialmente em instituições como a Escola N63 de Mar del Plata, onde há episódios recorrentes que preocupam educadores e alunos.
A violência escolar reflete falhas da sociedade?
A repetição de agressões na Escola N63 indica questões ligadas à dinâmica social e falhas sistêmicas no suporte emocional e disciplinar. Esses episódios vão além do desrespeito à autoridade e evidenciam a fragilidade das atuais medidas de proteção e acolhimento.
O caso mais recente mostra que, quando uma aluna e, após isso, sua mãe agride a diretora, há uma exposição clara das limitações das ações preventivas adotadas até então.

Como foi o episódio envolvendo a diretora?
Segundo testemunhas, o incidente ocorreu no início da tarde, após o intervalo, quando a diretora Cecilia Bonillo foi chamada para mediar um conflito entre dois alunos do 8º ano. Ao tentar separar a briga, uma aluna envolvida reagiu com agressividade e tentou atingir a diretora, sendo contida por funcionários.
Minutos depois, a mãe da estudante chegou à escola, discutiu com a diretora e a empurrou contra a parede, aumentando a tensão no local. A direção pediu auxílio policial e ambas foram retiradas, com os fatos sendo encaminhados às autoridades e o conselho tutelar.
Como os familiares reagiram ao ocorrido na escola?
O irmão da diretora, Lucas, estudante do ensino médio, esteve presente e relatou o abalo da família diante do ocorrido. Ele reconheceu o erro da irmã, mas destacou que o clima escolar tem sido difícil devido a recorrentes conflitos entre alunos.
Lucas também enfatizou a importância do diálogo entre famílias e escola para construção de soluções conjuntas, mencionando que o objetivo da família não era prejudicar ninguém.

Em um depoimento emocionado, Lucas complementou: “Hoje vi minha irmã. A mesma que, quando menina, sonhava em ser professora e que sempre considerei um exemplo de dedicação, compromisso e amor incondicional pelos alunos. Visitei-a muitas vezes nas escolas onde trabalhava e ainda trabalha. Vi em seus olhos a emoção e o orgulho com que falava de cada aluno. Vi seu sorriso quando os alunos a cumprimentavam com um caloroso ‘Olá, diretora!’, e como ela sempre respondia a cada um pelo nome. Aquele nome que não é apenas um som, mas um reconhecimento, uma história compartilhada. Lembro-me de ter perguntado a ela uma vez: ‘Quantos alunos há? Você realmente se lembra do nome de todos eles?’ E ela, sem hesitar, respondeu que sim, porque para ensinar é preciso olhar as pessoas nos olhos e saber quem está à sua frente. Sua escola, como ela a chama, é sua casa, seu refúgio, sua missão. Mas hoje a vi diferente. Vi-a com um olho roxo, e não é a primeira vez.”
Educadores possuem preparo suficiente para situações de conflito?
Cecilia Bonillo é um exemplo dos desafios enfrentados pelos profissionais de educação diante de situações adversas. Muitas vezes, educadores carecem de preparo para lidar com conflitos intensos, o que evidencia a necessidade de suporte emocional e treinamento contínuo.
Capacitações e apoio psicológico reforçam a importância da valorização e segurança desses profissionais, essenciais em ambientes marcados por episódios de agressão.
Quais estratégias podem ajudar a prevenir a violência escolar?
A adoção de medidas integradas é fundamental para criar ambientes mais seguros. Comunidade, estudantes e educadores devem atuar juntos, buscando soluções práticas que diminuam episódios de agressão e aumentem a colaboração no espaço escolar.
Neste contexto, algumas estratégias recomendadas são:
- Criação de planos de ação claros e treinamentos específicos para situações de conflito
- Fornecimento de suporte psicológico para alunos, vítimas e agressores
- Fomento à cultura de respeito mútuo e inclusão
- Formação continuada de educadores em práticas de manejo de crises e comunicação eficaz
A educação precisa de reformas para combater a violência?
Episódios crescentes de violência escolar evidenciam a necessidade de mudanças estruturais. Políticas disciplinares atualizadas, investimento em apoio psicológico e envolvimento social são fundamentais para criar escolas mais seguras e acolhedoras.
Somente com o esforço conjunto de governo, escolas e sociedade é possível transformar o ambiente escolar, promovendo respeito, aprendizado e desenvolvimento dos estudantes, como demonstra o caso de Cecilia Bonillo na Escola N63.




