No cenário do direito previdenciário brasileiro, decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) delineiam normas e práticas que afetam diretamente milhões de segurados. Uma dessas decisões importantes, validada por unanimidade pelo plenário, autoriza o término automático do auxílio-doença em um prazo de 120 dias após sua concessão pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem a necessidade de uma nova perícia médica. Além disso, o INSS pode cessar o benefício antes desse período caso julgue adequado, tornando mais ágil o processo de encerramento de benefícios temporários.
O julgamento do STF traz impacto nacional, pois estabelece repercussão geral, devendo ser seguido por todas as instâncias judiciais. Isso significa que decisões locais contrárias podem ser revertidas, como no caso de uma segurada em Sergipe. A uniformização das regras gera maior previsibilidade, mas também desperta preocupação quanto à proteção dos segurados que ainda não estão aptos ao trabalho no fim do prazo estabelecido.
Quais são os impactos ao segurado?

O auxílio-doença é concedido a trabalhadores incapacitados temporariamente e que estejam em dia com suas contribuições ao INSS. Com a nova determinação, o benefício pode ser interrompido automaticamente ao final de 120 dias, a menos que o trabalhador solicite prorrogação dentro do prazo estabelecido.
Essa medida exige mais atenção dos segurados quanto aos prazos e procedimentos para evitar a suspensão inesperada do auxílio. Também reforça a importância do acompanhamento médico constante e do acesso a informações claras sobre os direitos previdenciários. Além disso, especialistas recomendam que o segurado busque orientação junto ao INSS ou advogado especializado sempre que houver dúvida sobre o processo de prorrogação.
Como fica a segurança jurídica?
A homologação do STF trouxe segurança jurídica e padronização aos procedimentos do INSS para o auxílio-doença. A Corte reconheceu que a regulamentação, inclusive por medidas provisórias posteriormente convertidas em lei, respeita os princípios constitucionais da seguridade social já garantidos pela Constituição Federal.
Com isso, trabalhadores e operadores do direito têm maior clareza sobre os critérios de concessão e cessação do benefício, evitando litígios desnecessários e promovendo maior estabilidade nas decisões judiciais sobre o tema. A decisão também previne divergências interpretativas nas instâncias inferiores, fortalecendo a previsibilidade no sistema previdenciário.
Qual o papel das MPs no auxílio?
Medidas provisórias foram utilizadas para regulamentar temas urgentes, como o auxílio-doença, principalmente em situações de incapacidade temporária. Segundo o STF, o uso desse instrumento é legítimo e visa tornar mais eficiente a gestão dos benefícios e dos recursos públicos.
Mesmo diante de questionamentos judiciais, a Corte entendeu que essas normas não comprometem o direito ao benefício, apenas estabelecem critérios objetivos para sua concessão e encerramento, fortalecendo a organização administrativa do INSS. Cabe mencionar que o acompanhamento das ações do Legislativo sobre possíveis alterações nas MPs é recomendado para manter-se atualizado sobre os direitos previdenciários.
Quais os desafios para o segurado?
O principal desafio será garantir que a cessação automática não deixe trabalhadores vulneráveis sem amparo, principalmente em casos de prolongamento da incapacidade. O INSS deverá prestar orientação clara sobre os procedimentos de prorrogação para que o segurado não seja prejudicado.
É fundamental que o trabalhador acompanhe de perto a situação do benefício e realize o pedido de prorrogação antes do término do prazo, assegurando a continuidade do suporte financeiro até o restabelecimento pleno de sua capacidade laborativa. Buscar canais digitais do INSS e manter documentação médica atualizada são práticas essenciais nesse contexto.
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Como a decisão afeta o INSS?
A decisão do STF oferece ao INSS maior autonomia e flexibilidade na administração dos auxílios por incapacidade temporária. Isso contribui para otimizar recursos e reduzir o tempo de filas para novas concessões, beneficiando toda a estrutura previdenciária.
No entanto, é essencial equilibrar eficiência administrativa com a garantia dos direitos do segurado, mantendo mecanismos de controle e possibilidade de revisão em casos excepcionais, a fim de evitar injustiças e promover a verdadeira proteção social. Adicionalmente, o INSS deverá investir em tecnologia e treinamento para melhor informar os segurados sobre seus direitos e prazos.



