Você sabia que é possível perder até 90% da função dos rins sem sentir nenhum sintoma evidente? A afirmação pode parecer alarmante, mas foi reforçada pela nefrologista Dra. Gizele (CRM 27573 | RQE 403), conhecida nas redes sociais como @medicadosrins, especialista em saúde renal. Em seu perfil no TikTok, onde compartilha informações acessíveis sobre o funcionamento dos rins, ela alertou para a gravidade das doenças renais silenciosas e a importância da prevenção.
A doença renal crônica é silenciosa mesmo com perda grave de função?
Sim. Segundo a especialista, muitas pessoas chegam a perder cerca de 90% da capacidade funcional dos rins sem perceber. Isso acontece porque a doença renal crônica costuma evoluir de forma lenta e sem sintomas evidentes, fazendo com que o organismo se adapte gradualmente à perda da função. Com isso, sinais como anemia, inchaço e pressão alta só aparecem em estágios mais avançados da doença.
Esse tipo de adaptação do corpo à perda de função renal é perigosa porque pode retardar o diagnóstico e comprometer o tratamento. O ideal, de acordo com a nefrologista, é não esperar por sintomas para cuidar da saúde dos rins. A prevenção e o rastreio precoce são essenciais para evitar complicações graves, como a necessidade de diálise ou transplante.
Quais fatores aumentam o risco de doença renal crônica?
Existem vários fatores de risco que devem acender o alerta para a necessidade de acompanhamento renal regular. Entre os principais estão a hipertensão arterial, diabetes, histórico familiar de doença renal, cistos renais ou cálculos de repetição. Nessas condições, o check-up renal deve ser mais frequente e detalhado.
A doença também pode surgir em pessoas sem doenças de base. Por isso, mesmo quem se considera saudável deve incluir os rins em sua rotina de exames. A detecção precoce faz toda a diferença para garantir um tratamento eficaz e preservar a qualidade de vida a longo prazo.
Quais exames detectam problemas nos rins?
De acordo com a Dra. Gizele, três exames simples podem rastrear a maioria das doenças renais e devem ser feitos mesmo na ausência de sintomas. São eles: o exame de urina tipo 1 (ou urina parcial), a dosagem de creatinina no sangue e a albuminúria.
Esses exames são capazes de indicar alterações precoces no funcionamento renal. Quando feitos de forma regular, permitem acompanhar a evolução da função dos rins e detectar anormalidades que passariam despercebidas sem uma investigação laboratorial. É uma forma simples, acessível e eficiente de proteger sua saúde.
Por que a doença renal é considerada silenciosa?
A principal característica da doença renal crônica é seu curso lento e assintomático. Ao longo dos anos, o organismo vai se adaptando à perda de função sem apresentar sinais claros. Isso dificulta a percepção do problema e faz com que o diagnóstico aconteça apenas quando já há prejuízo significativo na filtração renal.

A nefrologista explica que sintomas como cansaço, inchaço e pressão alta podem surgir, mas muitas vezes são atribuídos a outras causas. Por isso, o monitoramento preventivo é fundamental, especialmente para quem faz parte de grupos de risco. Não espere a doença avançar para agir.
Quando é hora de procurar um nefrologista?
Qualquer pessoa pode e deve procurar um nefrologista para fazer um check-up dos rins. Mas existem situações em que a consulta com esse especialista se torna ainda mais importante. Pessoas com hipertensão, diabetes, histórico de doença renal na família ou com episódios frequentes de infecção urinária ou cálculos devem fazer acompanhamento regular.
O nefrologista é o profissional mais indicado para avaliar a função renal, interpretar os exames específicos e orientar sobre os cuidados necessários. Agir com antecedência pode evitar complicações graves e garantir uma vida mais saudável.
Fontes oficiais para consulta e prevenção:
- Sociedade Brasileira de Nefrologia: https://www.sbn.org.br
- Biblioteca Virtual em Saúde: https://bvsalud.org
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude