Arrancar os cabelos em excesso é um comportamento que pode chamar a atenção tanto de quem pratica quanto de quem observa. Esse ato, conhecido no meio científico como tricotilomania, vai além de um simples hábito ou mania passageira. A repetição frequente desse comportamento pode indicar questões mais profundas relacionadas à saúde mental.
Embora muitas pessoas possam, em algum momento, puxar fios de cabelo por nervosismo ou distração, a ação compulsiva e persistente pode trazer consequências físicas e emocionais. A ciência e a psicologia vêm estudando esse fenômeno para compreender suas causas, impactos e possíveis formas de tratamento.
O que leva alguém a arrancar os cabelos em excesso?
Especialistas apontam que a tricotilomania está frequentemente associada a fatores emocionais e psicológicos. Situações de estresse, ansiedade ou até mesmo tédio podem servir como gatilhos para o início desse comportamento. Em muitos casos, a pessoa sente uma tensão crescente antes de arrancar o cabelo e um alívio imediato logo após o ato.
Além dos fatores emocionais, estudos indicam que questões genéticas e alterações em áreas específicas do cérebro também podem estar envolvidas. Pesquisas recentes sugerem que o transtorno pode ter relação com o funcionamento dos neurotransmissores, especialmente a serotonina e a dopamina, substâncias ligadas ao controle dos impulsos.

Como a tricotilomania é identificada pela ciência?
A identificação da tricotilomania envolve uma avaliação detalhada do comportamento e dos sintomas apresentados. Os profissionais de saúde mental costumam observar a frequência, a intensidade e as consequências do ato de arrancar os cabelos. É importante diferenciar esse transtorno de outros problemas dermatológicos ou psiquiátricos.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a tricotilomania é classificada como um transtorno do controle do impulso. O diagnóstico considera a incapacidade de resistir ao impulso de puxar os cabelos, resultando em falhas visíveis no couro cabeludo, sobrancelhas ou outros locais do corpo.
Quais são os impactos físicos e emocionais desse comportamento?
Os efeitos físicos mais comuns envolvem a perda de cabelo em áreas específicas, o que pode gerar falhas visíveis e até mesmo lesões no couro cabeludo. Em casos mais graves, a repetição do ato pode levar a infecções, irritações e cicatrizes permanentes na pele.
No aspecto emocional, muitas pessoas relatam sentimentos de vergonha, culpa e isolamento social. O medo de serem julgadas pode fazer com que evitem situações sociais ou escondam as áreas afetadas. Esse ciclo pode agravar ainda mais o quadro, tornando o tratamento um desafio adicional.
Existe tratamento para quem arranca os cabelos em excesso?
O tratamento da tricotilomania geralmente envolve uma combinação de abordagens. A terapia cognitivo-comportamental é uma das mais utilizadas, pois ajuda a identificar os gatilhos e a desenvolver estratégias para controlar o impulso. Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser indicado para auxiliar no controle da ansiedade e dos sintomas compulsivos.
Além do acompanhamento psicológico, grupos de apoio, métodos de relaxamento, como mindfulness, e o envolvimento da família podem ser fundamentais para o sucesso do tratamento. O suporte contínuo contribui para a redução do estigma e para o fortalecimento da autoestima da pessoa afetada.
Como promover o autocuidado e buscar ajuda?
Reconhecer a necessidade de buscar auxílio profissional é um passo importante para quem enfrenta a tricotilomania. O autocuidado inclui não apenas o tratamento dos sintomas físicos, mas também a atenção ao bem-estar emocional. Manter uma rotina saudável, praticar atividades relaxantes e fortalecer a rede de apoio são atitudes recomendadas.
Informação e compreensão sobre o tema ajudam a diminuir o preconceito e facilitam o acesso ao tratamento adequado. Ao perceber sinais de arrancar os cabelos em excesso, é fundamental procurar orientação de um profissional especializado para avaliar o quadro e indicar as melhores opções de cuidado.




