Você já pensou que uma atitude tão simples quanto pular o jantar pode gerar uma verdadeira revolução na sua saúde? Segundo o Dr. Lair Ribeiro, médico cardiologista e nutrólogo, adotar essa prática pode inclusive evitar procedimentos extremos como a cirurgia bariátrica.
Em seu perfil @drlairribeiro, ele defende que parar de se alimentar no fim da tarde e retomar apenas no dia seguinte promove um ciclo de jejum que ajuda a reverter o ganho de peso e melhorar a função metabólica, sem necessidade de dietas restritivas ou treinos excessivos.
Qual a lógica por trás de pular o jantar?
O corpo humano foi biologicamente projetado para lidar com períodos de jejum. Quando você pula o jantar e mantém um intervalo alimentar de pelo menos 12 a 16 horas, inicia-se um processo natural de queima de gordura e reparo celular, conhecido como autofagia.
Dr. Lair reforça que esse intervalo favorece a redução da resistência à insulina, um dos principais fatores relacionados à obesidade. O jejum noturno — quando bem conduzido — permite que o corpo utilize os estoques de gordura como fonte de energia, favorecendo o emagrecimento progressivo e sustentável.
Pular o jantar substitui dieta e exercícios?
Não se trata de substituir, mas de reorganizar o metabolismo. Dr. Lair argumenta que a estratégia clássica de “comer menos e se exercitar mais” não tem funcionado de forma eficaz para a maioria das pessoas. Ele aponta que, apesar de muito esforço, a população segue ganhando peso.
A proposta é menos sobre esforço e mais sobre estratégia. Ao evitar a refeição noturna, o corpo sai do ciclo contínuo de estímulo de insulina causado pela alimentação constante. Isso contribui para o emagrecimento sem exigir reduções drásticas de caloria ou treinos exaustivos.
Isso pode realmente evitar uma cirurgia bariátrica?
Segundo o especialista, sim — em muitos casos. A cirurgia bariátrica é indicada em quadros de obesidade grave, mas nem sempre é a única saída. Estratégias como o jejum noturno podem proporcionar resultados significativos de perda de peso, especialmente quando combinadas com orientação médica e mudanças no estilo de vida.
Claro, não se trata de desmerecer o procedimento, que pode ser necessário em situações específicas. No entanto, para grande parte das pessoas com sobrepeso, medidas simples e bem direcionadas podem evitar a progressão do quadro clínico e a necessidade de cirurgia.
Existe comprovação científica sobre o jejum?
Sim. Estudos recentes publicados no PubMed e pela Harvard Medical School mostram que o jejum intermitente melhora marcadores metabólicos, como glicemia, triglicerídeos e circadianos hormonais, além de favorecer a perda de peso e o controle da inflamação.

A prática de restringir a alimentação em janelas de tempo vem sendo associada a benefícios para o coração, cérebro e até longevidade. O jejum noturno, em especial, é o mais acessível e seguro, desde que acompanhado por profissionais qualificados.
Por que o ganho de peso virou regra, e não exceção?
Dr. Lair lembra que há 30 anos, pessoas com sobrepeso eram minoria. Hoje, o contrário se tornou comum. Sedentarismo, alimentação industrializada, excesso de carboidratos refinados e estresse crônico criaram um ambiente ideal para o aumento da gordura corporal.
Nesse cenário, práticas simples como reorganizar o horário da última refeição ganham importância. Não é sobre modismos, mas sobre voltar ao básico: respeitar os ciclos do corpo e permitir que ele funcione como deveria, com períodos naturais de descanso digestivo.
Fontes confiáveis:
Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
Organização Mundial da Saúde – https://www.who.int
PubMed – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
Harvard Medical School – https://www.health.harvard.edu
Fiocruz – https://portal.fiocruz.br
Um hábito antigo com benefícios modernos
Pular o jantar não é uma novidade. O que muda agora é o respaldo científico que confirma seus efeitos positivos. Como aponta o Dr. Lair Ribeiro, basta testar para perceber a diferença — menos inchaço, mais leveza, controle da fome e maior disposição.
Adotar essa prática, quando bem orientada, pode transformar não só o corpo, mas também a relação com a comida e a saúde a longo prazo. Às vezes, a solução está naquilo que você deixa de fazer — e não no que precisa adicionar.