Quando os fios começam a cair em excesso, o desespero leva muita gente a tomar atitudes impulsivas. Mas, segundo a endocrinologista Dra. Paula Pires Giacomini (CRM 138809 / RQE 47818), alguns desses hábitos podem piorar ainda mais o quadro.
Em seu perfil @drapaulapires, ela explicou o que jamais faria se estivesse passando por uma queda de cabelo significativa. De lavagens evitadas a produtos desnecessários, seu alerta é claro: o problema está mais dentro do corpo do que fora.
Deixar de lavar o cabelo pode piorar a queda?
Sim. Muitas pessoas acreditam que lavar o cabelo todos os dias pode aumentar a queda. Porém, a Dra. Paula esclarece que esse receio não tem fundamento. Pelo contrário, deixar de lavar o couro cabeludo pode agravar a inflamação e favorecer o crescimento de fungos.
A higienização diária, especialmente em quem tem couro cabeludo oleoso, é benéfica. Evitar a lavagem com medo da queda cria um ambiente propício à dermatite seborreica e outras condições que podem acelerar a perda dos fios.
Shampoo antiqueda realmente funciona?
De acordo com a especialista, o shampoo antiqueda tem efeito limitado, já que fica em contato com o couro cabeludo por apenas alguns minutos e não atua na causa real da queda capilar. O uso desses produtos não traz resultado consistente quando a origem do problema é interna.

Investir em shampoos caros sem diagnóstico pode gerar frustração e atrasar o tratamento adequado. A Dra. Paula recomenda focar na investigação clínica e laboratorial antes de confiar exclusivamente em soluções tópicas.
Usar minoxidil sem exames é seguro?
Não. Um erro comum é iniciar o uso de sprays com minoxidil sem antes fazer exames de sangue. A Dra. Paula alerta que a aplicação indiscriminada desse medicamento pode até piorar a queda em alguns casos, especialmente quando a causa é sistêmica.
Problemas hormonais como hipotireoidismo, menopausa ou deficiência de vitaminas e minerais como ferro, vitamina D, B12 e zinco são causas frequentes de queda capilar. Sem tratar a raiz do problema, o minoxidil sozinho pode ser ineficaz ou gerar efeitos adversos.
Quais exames devem ser feitos em caso de queda intensa?
A Dra. Paula compartilha que, em sua prática clínica, solicita uma série de exames para pacientes com queixa de queda de cabelo. Entre eles estão TSH, ferritina, vitamina D, B12, ácido fólico, zinco e perfil hormonal — incluindo FSH e estradiol em mulheres.
Esses testes ajudam a identificar disfunções silenciosas que afetam diretamente os folículos capilares. Só com base nesses resultados é possível personalizar o tratamento e resolver o problema de forma duradoura.
O que dizem os especialistas e órgãos oficiais?
A Sociedade Brasileira de Dermatologia e o Ministério da Saúde reforçam a necessidade de investigação clínica detalhada em casos de queda capilar. O uso indiscriminado de loções, sem diagnóstico preciso, pode mascarar sintomas e retardar o tratamento.
A abordagem multidisciplinar — envolvendo endocrinologistas, dermatologistas e nutricionistas — é indicada para entender o impacto de fatores hormonais, nutricionais e emocionais sobre os cabelos. O protocolo correto depende da causa individual.
Fontes confiáveis:
Sociedade Brasileira de Dermatologia – https://www.sbd.org.br
Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
PubMed – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
Harvard Health Publishing – https://www.health.harvard.edu
Fiocruz – https://portal.fiocruz.br
Tratar a causa é mais importante do que o sintoma
A Dra. Paula Pires deixa um recado importante: queda de cabelo não se resolve apenas com shampoo ou loções tópicas. É preciso olhar para dentro, investigar com exames e tratar a origem do problema com responsabilidade.
Cuide da sua saúde como um todo. Dormir bem, manter a nutrição em dia e buscar orientação médica são atitudes que fortalecem o organismo — e, por consequência, a saúde dos seus fios.