O Ministério do Planejamento e Orçamento apresentou os parâmetros que vão definir o rumo econômico do Brasil em 2026. Segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), o país terá um superávit primário de R$ 34 bilhões, representando 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa previsão, considerada otimista por muitos analistas, está alinhada ao novo arcabouço fiscal, que determina que o governo deve gastar menos do que arrecada, garantindo responsabilidade e estabilidade nas contas públicas.
Salário mínimo pode atingir valor histórico em 2026
Entre as projeções mais aguardadas está o salário mínimo, que poderá chegar a R$ 1.630 no próximo ano. Esse aumento, ainda sujeito à confirmação em novembro com base no INPC, seria um dos maiores reajustes da década, beneficiando diretamente milhões de brasileiros.
Além disso, o PLDO prevê uma inflação de 3,5% pelo IPCA e um crescimento do PIB de 2,5%, cenário que reforça a expectativa de uma economia mais estável e controlada.
Executivo fica com quase todo o orçamento federal
O orçamento de 2026 poderá atingir a marca de R$ 2,43 trilhões, e a distribuição dos recursos revela uma tendência já conhecida: o Poder Executivo absorverá 96,1% do total.

O Judiciário ficará com 2,6%, o Legislativo com 0,8%, enquanto Ministério Público e Defensoria Pública somam 0,4%. Esse cenário reforça a centralização das despesas no governo federal, que terá a maior responsabilidade de execução orçamentária.
Dívida pública acende alerta e exige controle rigoroso
Outro dado que chama atenção é a projeção da dívida pública em 81,9% do PIB. Esse número, embora esperado, exige do governo ações precisas para manter a sustentabilidade fiscal e evitar pressões sobre os juros ou corte de investimentos sociais.
Esse planejamento está inserido no Plano Plurianual (PPA), em vigor até 2027, que define as metas e prioridades de médio prazo do Estado brasileiro.
Atrasos na aprovação orçamentária travam investimentos
O sucesso do orçamento depende também do calendário legislativo. Em 2025, a Lei Orçamentária Anual (LOA) só foi aprovada em março, o que limitou os gastos no início do ano.
Esse tipo de atraso compromete a execução de políticas públicas e pode paralisar obras, programas sociais e repasses importantes. A expectativa é que em 2026 o Congresso Nacional antecipe a votação da LOA, evitando novos entraves.
Futuro econômico depende de decisões do presente
Apesar das projeções positivas, o sucesso do orçamento de 2026 não está garantido. Tudo vai depender da capacidade do governo em transformar essas metas em realidade.
A combinação de crescimento econômico, controle da inflação e responsabilidade fiscal será o verdadeiro teste para a equipe econômica. O país está diante de uma oportunidade única de avançar com equilíbrio, mas qualquer deslize pode comprometer esse caminho.