Em uma reviravolta histórica, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovou o Tema 125, garantindo estabilidade no emprego para trabalhadores com doença ocupacional, mesmo que não tenham se afastado por mais de 15 dias ou recebido auxílio-doença acidentário. A decisão representa um marco na proteção dos direitos trabalhistas, reforçando o princípio da dignidade da pessoa humana.
Essa nova diretriz unifica entendimentos que, até então, geravam confusão nos tribunais regionais. Com o julgamento, basta comprovar o nexo causal entre a doença e o trabalho para o trabalhador ter direito à estabilidade.
Entenda o que é o Tema 125 do TST
Julgado sob o rito dos recursos repetitivos, o Tema 125 passa a ter efeito vinculante, ou seja, deve ser seguido por todos os tribunais trabalhistas do país. Ele altera a interpretação do artigo 118 da Lei nº 8.213/1991, que previa estabilidade apenas para quem recebesse auxílio-doença acidentário.
Agora, o afastamento prolongado deixa de ser exigência, e o foco passa a ser a relação direta entre a atividade laboral e a doença adquirida.
Como essa decisão impacta os trabalhadores?
Para os trabalhadores, a mudança abre caminho para mais proteção. Mesmo sem afastamento ou benefícios do INSS, quem comprovar que a doença foi causada pelo trabalho tem direito a 12 meses de estabilidade. E mais: essa reivindicação pode ser feita mesmo após o fim do contrato.
É um avanço contra a burocracia e uma garantia para quem sofre com problemas de saúde relacionados à profissão, mas antes ficava desamparado pela lei.

O que muda na rotina dos empregadores?
Empresários agora devem redobrar a atenção. A decisão do TST cria um novo padrão de responsabilidade: se a doença tiver ligação com o ambiente de trabalho, a estabilidade deve ser garantida. Isso pode aumentar a judicialização de casos e exige mais investimentos em segurança, ergonomia e prevenção.
Com regras mais claras, também é possível reduzir litígios trabalhistas, desde que as empresas atuem de forma preventiva.
Justiça do Trabalho se torna mais eficiente
A uniformização da tese jurídica promete desafogar os tribunais. Com parâmetros objetivos, os juízes terão mais agilidade para julgar casos semelhantes, e os trabalhadores terão mais segurança para buscar seus direitos.
A medida também ajuda a evitar decisões contraditórias, trazendo mais previsibilidade e eficiência ao sistema jurídico.
Perícias médicas ainda são o ponto crítico
Apesar da conquista, o maior desafio continua sendo a prova pericial. O reconhecimento do nexo causal entre a doença e o trabalho depende de laudos técnicos confiáveis, imparciais e detalhados.
Especialistas alertam: sem investimentos em capacitação de peritos e estrutura adequada, o avanço jurídico pode ser freado na prática.