O Banco Central (BC) divulgou, no final de abril, um ranking com os bancos que mais receberam reclamações no primeiro trimestre de 2025. A lista reúne nomes de peso, como Bradesco, Nubank e Itaú, que juntos concentram quase 920 milhões de clientes.
O índice é calculado a partir de reclamações procedentes, proporcional ao total de clientes por instituição. O resultado acendeu um alerta no setor bancário: bancos digitais estão entre os mais reclamados, mesmo sendo os queridinhos da nova geração.
Bradesco e Inter lideram o ranking negativo
O Bradesco lidera a lista com 7.647 reclamações no período. Logo atrás aparece o banco Inter, com 2.272 queixas, seguido por outros bancos digitais como PagSeguro, C6 Bank, PicPay e Mercado Pago.
Embora o Nubank também esteja na lista, foi o que teve o menor índice proporcional de queixas entre os bancos digitais: apenas 10,60 por milhão de clientes. Isso mostra um desempenho relativamente positivo, considerando sua gigantesca base de usuários.
Cartões de crédito são o maior problema
Entre os principais motivos das queixas, o campeão de insatisfação foram problemas com cartões de crédito. Ao todo, foram 4.765 reclamações relacionadas à falta de segurança, sigilo e confiabilidade nas operações.

Também se destacam reclamações sobre o atendimento no SAC e centrais de relacionamento (4.621 queixas) e irregularidades em operações de crédito não consignado (3.418 queixas). Os dados revelam que, mesmo com toda a tecnologia, o atendimento humano ainda faz muita falta.
Bancos respondem, mas consumidores cobram mais
Em nota oficial, o Bradesco afirmou que monitora atentamente as manifestações dos clientes e busca soluções rápidas. A instituição garantiu estar empenhada em reduzir os índices e melhorar a experiência dos usuários.
A pressão sobre os bancos digitais é ainda maior. Com crescimento acelerado e forte apelo entre os jovens, essas fintechs agora enfrentam o desafio de manter qualidade no atendimento e segurança nas operações, sem perder agilidade.
O que precisa mudar para reverter o cenário?
Para reduzir as reclamações, os bancos devem investir em tecnologia antifraude, reforçar a transparência nas operações e capacitar melhor seus atendentes. Um SAC eficiente e humanizado pode ser o diferencial para fidelizar o cliente e recuperar a confiança.
Além disso, tornar mais claras as informações sobre crédito, tarifas e serviços pode diminuir os mal-entendidos e evitar queixas desnecessárias. Em um mercado cada vez mais competitivo, quem ignora a voz do cliente pode pagar caro pela omissão.