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Entusiasmo com IA convive com riscos ao bem-estar digital, aponta estudo

Nova pesquisa da Cisco e OCDE aponta disparidades regionais e geracionais na adoção de inteligência artificial e no bem-estar digital

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Caroline Jardim

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Especial para o Estado de Minas

A IA (inteligência artificial) generativa está rapidamente se tornando um item essencial, deixando de ser uma mera novidade. No entanto, os índices de adoção podem não revelar todo o cenário. A Cisco, líder mundial em redes e segurança, firmou parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no hub de bem-estar digital (Digital Well-being Hub) para estudar a relação entre os riscos e benefícios da IA e como ela está impactando a vida das pessoas. Novos dados do Hub revelam que, por trás do entusiasmo geral da juventude com a IA, estão surgindo divisões geográficas e geracionais, moldando quem se beneficia da IA, quem corre os riscos e como a vida digital pode afetar o bem-estar.

A nova pesquisa oferece percepções essenciais para o departamento Impacto Digital da Cisco (Cisco’s Digital Impact Office), apoiando sua meta de conectar milhões de pessoas à economia digital. Isso inclui esforços para superar a divisão de acesso ao digital e fomentar uma cultura de aprendizado, por meio de iniciativas como o Cisco Networking Academy e o programa de aceleração digital (Cisco’s Country Digital Acceleration).

Consumo voraz

De acordo com a pesquisa, os jovens adultos globalmente são consumidores vorazes de conteúdo digital, com pessoas com menos de 35 anos apresentando o maior uso de mídia social, dispositivos online e uso ativo de GenAI. Mas o verdadeiro destaque são as pessoas em economias emergentes, particularmente Índia, Brasil, México e África do Sul. Elas lideram a adoção de IA globalmente com as maiores taxas de uso, maiores níveis de confiança e engajamento mais ativo em treinamento de IA. O Brasil é o segundo país que mais usa IA Generativa (51,6%), perdendo somente para a Índia (66,4%).

Por outro lado, os entrevistados em países europeus demonstram menos confiança e mais incerteza em torno do uso da IA. Isso mostra uma mudança em relação aos padrões históricos, nos quais as economias emergentes costumam demonstrar maior lentidão no acesso e na utilização de novas tecnologias.

No entanto, nesses mesmos países – Índia, Brasil, México e África do Sul – essas populações demonstram um uso mais intenso da tecnologia para lazer, registrando maior tempo de tela recreativa. Além disso, revelam uma dependência mais acentuada da socialização exclusivamente digital e experimentam flutuações emocionais mais notáveis (altos e baixos) relacionadas ao uso da tecnologia, em comparação com os participantes dos demais países. 

A pesquisa também mostra que, globalmente, mais de cinco horas de tempo de tela recreativo diário estão associadas à diminuição do bem-estar e menor satisfação com a vida. Assim, embora a correlação não seja causalidade, é claro que precisamos nos concentrar no bem-estar digital para que os avanços na tecnologia não venham à custa da saúde e da felicidade.

"Capacitar economias emergentes com habilidades de IA não é apenas sobre tecnologia, é sobre liberar o potencial de cada indivíduo para moldar seu futuro. Com a rápida integração da IA em nossas vidas e locais de trabalho, devemos garantir que essas ferramentas sejam projetadas de forma responsável, com transparência, justiça e privacidade em sua essência. O maior potencial da IA pode ser realizado se ela melhorar o bem-estar, simplificando tarefas, aprimorando a colaboração e criando oportunidades de crescimento e aprendizado. Quando tecnologia, pessoas e propósito se unem, criamos as condições para comunidades resilientes, saudáveis e prósperas em todos os lugares”, afirma Guy Diedrich, vice-presidente sênior e diretor global de Inovação da Cisco.

Da IA generativa à ‘Geração IA’


As divisões geracionais são notáveis, refletindo as tendências atuais de digitalização. Globalmente, os jovens adultos relatam que a maior parte ou a totalidade de suas interações sociais acontece online e demonstram maior confiança na utilidade da Inteligência Artificial (IA). No mundo, mais da metade (50%) dos entrevistados com menos de 35 anos utiliza ativamente a IA e mais de 75% a consideram útil. Além disso, quase metade dos jovens entre 26 e 35 anos já concluiu algum tipo de treinamento na área. No Brasil, somente 41,4% afirmaram ter realizado alguma qualificação relacionada à IA pela empresa para desenvolvimento de novas habilidades em tecnologia nos últimos doze meses.

Em contraste, a percepção da IA é diferente entre as faixas etárias. Adultos com mais de 45 anos tendem a ver a IA como menos útil e mais da metade não a utiliza. Observa-se que entre os entrevistados com mais de 55 anos, a incerteza ("não sabem") sobre a confiança na IA pode ser um reflexo da falta de familiaridade, e não uma rejeição. Essa diferença se estende às expectativas sobre o impacto da IA no emprego: as pessoas com menos de 35 anos e as de economias emergentes são as que mais antecipam esse impacto.

"As divisões geracionais na adoção digital e da IA não são inevitáveis, são desafios que todos podemos enfrentar por meio de ações direcionadas. Embora os mais jovens possam abraçar prontamente novas tecnologias, pessoas de todas as idades trazem sua própria experiência e insights únicos e inestimáveis”, diz Diedrich. 

A análise foi conduzida com dados de 14 países (Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Coreia, México, Holanda, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos), coletados no início de 2025 por uma agência de pesquisa especializada em colaboração com a Cisco. A coleta de dados seguiu as melhores práticas da OCDE, essenciais para garantir a confiabilidade, comparabilidade e representatividade nacional dos dados. 
Em 2024, a Cisco e a OCDE lançaram uma iniciativa conjunta, baseada na Estrutura de Bem-Estar da OCDE e alinhada aos pilares de programa de Aceleração Digital da Cisco (CDA), para apresentar dados existentes e emergentes da OCDE e examinar a natureza complexa da transformação digital. O hub também apresenta uma plataforma interativa usada para coletar novas estatísticas e insights de pessoas sobre bem-estar digital, incluindo o impacto da divisão digital e as desigualdades na adoção e uso de tecnologias digitais.

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