Cripto e bets miram mercados de apostas sobre eventos, mas esbarram na regulação
Executivos buscam diálogo com reguladores para destravar modelo regulatório no país
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Gestoras do ecossistema cripto e empresas de apostas online têm se movimentado para trazer ao Brasil plataformas de prediction markets — mercados em que usuários negociam contratos que pagam conforme a ocorrência (ou não) de eventos futuros. São negociados eventos como disputas eleitorais, indicadores econômicos e até condições climáticas.
Conforme apurou a coluna, os interessados já avaliam modelos de negócio, discutem estruturas jurídicas e sondam possíveis enquadramentos legais para viabilizar esse tipo de produto no país.
A ideia, no entanto, esbarra em incertezas regulatórias. Hoje, não há no país um enquadramento claro para esse tipo de produto, que fica na fronteira entre derivativos financeiros e apostas. A indefinição envolve, sobretudo, a competência de órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central e o Ministério da Fazenda.
A avaliação é que lançar essas plataformas sem uma definição regulatória explícita envolve risco elevado, sobretudo após o avanço da regulamentação das bets, que aumentou a sensibilidade do tema. Não à toa, alguns nomes do setor de cripto já tentaram abrir agendas com reguladores, até agora sem sucesso.
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O interesse acompanha uma tendência internacional. Nos Estados Unidos, plataformas como a Kalshi avançaram após obter aval regulatório, enquanto iniciativas baseadas em blockchain, como a Polymarket, ganharam escala fora do sistema financeiro tradicional.