PF mira Jordy e Sóstenes após gastos de R$ 1,6 milhão com aluguel de veículos

Despesas estão no centro de investigação sobre desvio de cota parlamentar que levou PF a cumprir mandados

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Os deputados federais Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante, ambos do PL do Rio de Janeiro, acumularam, juntos, mais de R$ 1,6 milhão em despesas com locação ou fretamento de veículos automotores desde o início da atual legislatura, em 2023. Os gastos são o principal eixo da investigação que levou a Polícia Federal (PF) a deflagrar, nesta sexta-feira, 19, uma operação contra endereços ligados aos parlamentares.

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Desde janeiro de 2023, Carlos Jordy declarou R$ 1,27 milhão em despesas com aluguel de veículos, com média mensal de cerca de R$ 35,4 mil ao longo do período. Os valores apresentam variações com pico de R$ 83,9 mil em dezembro de 2023, além de gastos superiores a R$ 70 mil em março de 2025 e R$ 59,9 mil em fevereiro do mesmo ano.

No mesmo intervalo, Sóstenes Cavalcante registrou R$ 414,3 mil em despesas com locação de veículos, o que corresponde a uma média mensal aproximada de R$ 11,8 mil. Os gastos apresentam padrão recorrente, com valores próximos de R$ 12,7 mil por mês ao longo de 2023, 2024 e 2025.

A operação desta sexta-feira cumpre sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, por determinação do ministro Flávio Dino, relator do caso no STF. Durante as diligências, a PF apreendeu cerca de R$ 430 mil em dinheiro em espécie em um endereço ligado a Sóstenes, em Brasília.

Segundo a investigação, o suposto esquema envolvia o uso irregular da cota parlamentar destinada ao aluguel de veículos, por meio de contratos simulados com empresas de locação, algumas delas apontadas como empresas de fachada.

Os recursos públicos teriam sido desviados e posteriormente ocultados por meio de operações de lavagem de dinheiro. A PF apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A ofensiva contra os deputados é um desdobramento direto de uma operação realizada exatamente um ano antes, em 19 de dezembro de 2024, quando a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra assessores parlamentares ligados a Jordy e Sóstenes. Naquela fase, a investigação já apontava um suposto “acordo ilícito” entre agentes públicos e empresários para o desvio de recursos da cota parlamentar por meio de contratos falsos de locação de veículos.

À época, a PF chegou a solicitar autorização para medidas contra os próprios parlamentares. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra, avaliando que não havia indícios suficientes de que os deputados tivessem participação direta ou conhecimento das irregularidades. O ministro Flávio Dino seguiu o parecer da PGR e autorizou apenas diligências contra os assessores.

Com o avanço da apuração ao longo de 2025, incluindo análise de movimentações financeiras e fluxos de recursos, a PF pediu uma nova autorização ao Supremo, desta vez mirando endereços ligados diretamente aos parlamentares.

Sóstenes é líder do PL na Câmara dos Deputados, partido com a maior bancada da Casa. Carlos Jordy é deputado federal pelo Rio de Janeiro e foi candidato à Prefeitura de Niterói nas eleições municipais do ano passado.

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Nas redes sociais, Carlos Jordy afirmou ser alvo de uma “perseguição implacável” e acusou a investigação de “pesca probatória”. Sóstenes Cavalcante ainda não se manifestou nesta sexta-feira. Na ocasião da operação contra assessores, em 2024, ele afirmou “não ter nada a esconder” e mencionou a possibilidade de perseguição política.

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