MERCADO FINANCEIRO

O erro de um dígito que já derrubou bilhões no mercado financeiro

Um simples erro de digitação pode desencadear grandes perdas na bolsa; conheça os casos e as tecnologias que tentam evitar o famoso 'fat finger'

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Um dígito a mais, um zero no lugar errado ou uma vírgula trocada de posição. No ritmo frenético do mercado financeiro, um simples erro de digitação pode desencadear uma reação em cadeia com prejuízos que chegam à casa dos milhões ou até bilhões. Conhecido no jargão do setor como "fat finger" (dedo gordo, em tradução livre), esse tipo de falha humana acontece quando um operador de bolsa digita incorretamente os dados de uma ordem de compra ou venda.

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O cenário é quase sempre o mesmo: sob alta pressão para executar transações em frações de segundo, o operador pretende comprar 100 ações de uma empresa a R$ 10 cada, mas, por engano, digita uma ordem para 1.000 ações a R$ 100. Em outros casos, a intenção é vender um lote de ativos por R$ 5 milhões, mas um zero a mais transforma a ordem em R$ 50 milhões. A velocidade dos sistemas automatizados faz com que o erro seja processado antes que alguém possa perceber e cancelar.

Casos que entraram para a história

A história do mercado de capitais está repleta de episódios marcantes causados por esses deslizes. Um dos mais famosos ocorreu em 2005 na Bolsa de Tóquio. Um corretor tentou vender uma ação de uma empresa por 610 mil ienes, mas inverteu os números e colocou à venda 610 mil ações por apenas 1 iene cada. O erro custou à sua corretora o equivalente a mais de US$ 200 milhões na época.

Outro exemplo emblemático foi o "Flash Crash" de 2010, nos Estados Unidos. Uma única ordem de venda massiva, no valor de US$ 4,1 bilhões, ajudou a derrubar o índice Dow Jones em quase 1.000 pontos em poucos minutos, evaporando temporariamente cerca de US$ 1 trilhão em valor de mercado. Embora as causas sejam complexas, o evento foi iniciado por uma ordem de venda anormalmente grande, potencializada por algoritmos.

Tecnologia para evitar o caos

Para mitigar esses riscos, as bolsas de valores e corretoras investem pesado em tecnologia. Atualmente, sistemas de controle e algoritmos de segurança monitoram as operações em tempo real. Esses mecanismos, conhecidos como "circuit breakers" e filtros de risco, são programados para identificar e bloquear ordens que fogem do padrão, como aquelas com valores excessivamente altos ou quantidades desproporcionais.

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Essas travas de segurança analisam o preço, o volume e a frequência das ordens antes de enviá-las ao mercado. Se uma transação parece suspeita, ela é automaticamente pausada ou rejeitada, dando tempo para uma verificação humana. Mesmo com todo o aparato tecnológico, o fator humano continua sendo um ponto de atenção, mostrando que, na era digital, um simples toque no teclado ainda pode ter consequências monumentais.

 *Estagiária sob a supervisão do editor João Renato Faria

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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