Boston Metal inaugurou ontem em Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes, a sua primeira planta industrial no mundo para o aproveitamento de resíduos da mineração na produção de metais de alto valor pela Eletrólise de Óxido Fundido -  (crédito: Dirceu Aurélio / Imprensa MG)

Boston Metal inaugurou ontem em Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes, a sua primeira planta industrial no mundo para o aproveitamento de resíduos da mineração na produção de metais de alto valor pela Eletrólise de Óxido Fundido

crédito: Dirceu Aurélio / Imprensa MG

Com um investimento inicial da ordem de R$ 50 milhões, a Boston Metal inaugurou ontem em Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes, a sua primeira planta industrial no mundo para o aproveitamento de resíduos da mineração na produção de metais de alto valor pela Eletrólise de Óxido Fundido (MOE, na sigla em inglês). A planta inaugurada ontem, que emprega 80 pessoas, funcionará com um centro de pesquisa da tecnologia, com a empresa dando início a novos investimentos, da ordem de R$ 100 milhões até o fim deste ano, para instalar uma unidade comercial com capacidade para produzir 720 toneladas de nióbio e tântalo.


Segundo informou o CEO da Boston Metal, Tadeu Carneiro, nessa fase serão necessárias 14.400 toneladas de resíduos (escórias com metal contido), que passam por células de eletrólise para a extração do produto final. Ainda segundo Carneiro, os rejeitos desse processo podem ser blocos fundidos, facilitando a disposição final. Até o fim de 2026 a empresa investirá outros R$ 423 milhões para elevar a capacidade da indústria para 10 mil toneladas/ano dos metais de alto valor. Nessa fase, serão utilizadas 200 mil toneladas de resíduo.


Na terceira fase do projeto serão gerados 250 empregos diretos. “Nossa instalação é uma prova de dedicação e experiência de nossa equipe”, afirmou o presidente da Boston Metal Brasil, Itamar Resende. “Essas operações vão gerar receita e não nos desviarão de nosso objetivo maior, que é descarbonizar a produção de ação”, diz Carneiro, avaliando que a tecnologia para produção do aço verde seja desenvolvida e implantada a partir de 2026.


Segundo os executivos, a escolha de Coronel Xavier Chaves se deu pela oferta de energia limpa e garantida, a disponibilidade da matéria-prima, que são as escórias da mineração, e pela experiência dos trabalhadores da região com a mineração. Itamar Resende lembra que a tecnologia é modular, o que permite uma expansão rápida da produção a partir da entrada em operação comercial da unidade inaugurada ontem. Ainda de acordo com Tadeu Carneiro, esse é o primeiro passo da tecnologia, que deve ser ampliada, inclusive com a instalação de unidades em outras regiões do país. A tecnologia Moe “abre a possibilidade para que sejam instaladas unidades produtivas de pequena ou grande escala em qualquer lugar com acesso à matéria-prima e eletricidade”.