Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL de BH -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL de BH

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) com os consumidores da capital mineira mostrou que o valor médio investido na compra dos presentes de Natal aumentou em relação ao ano passado. Porém, a quantidade de itens que serão comprados diminuiu. A expectativa é de que o período natalino injete R$ 2,26 bilhões ao longo do mês de dezembro.

Em 2022, os clientes pretendiam comprar quatro presentes, gastando R$ 492. Neste ano, a média diminuiu para três presentes, com o tíquete médio de R$ 526,28, representando um aumento de 7% em relação ao último Natal. Na avaliação do presidente da CDL em BH, Marcelo de Souza e Silva, “os números são bem positivos".

Outro aspecto positivo, na visão de Marcelo, é a preferência dos clientes pelo pagamento à vista. A pesquisa também revelou que 72,3% dos entrevistados vão optar por pagar dessa forma. “Se você conseguir pagar à vista, pague à vista”, ele recomenda.O motivo do alerta é a precaução quanto às dívidas: “se você for parcelar, que caiba dentro do seu orçamento mensal”, diz.

A intenção de pagamento à vista, assim como o valor do tíquete médio, aumentou. No ano passado, a porcentagem desse setor de clientes era de 65,1%, representando um crescimento de 11,1% no índice. “Hoje, os consumidores estão mais preparados”, avalia o presidente da CDL.

Seguido do acerto à vista, vem o pagamento à prazo: 27,3% dos entrevistados vão dividir o valor da compra, em uma média de quatro parcelas. Depois, vem a modalidade parcelado no cartão de crédito, com 26,1%, em sequência, o PIX, com 20,6%, o dinheiro, representando 19% e à vista no cartão de crédito, com 17,4%.

Além disso, a pesquisa também tratou da intenção de compra. Os principais presentes citados pelos consumidores foram as roupas, representando 67,7% das intenções de compra. Depois, os brinquedos, com 36%, calçados, com 20,9%, acessórios, com 13,4% e, por último, os cosméticos, com 9,9%.

Como de costume, o hipercentro de BH deve ficar movimentado: 43,1% dos entrevistados vão até as lojas de rua do local atrás de presentes. A parcela de pessoas que vão usar a internet para ir atrás dos itens é de 28,5%. Em seguida, aparecem os shoppings centers, com 22,5%, depois, a Feira Hippie, com 2,4%, e os pequenos comércios, representando 2%.

O domínio da preferência pelas lojas físicas, de acordo com Marcelo, pode ser explicado pela desconfiança do brasileiro: “o brasileiro é muito inseguro ainda”. Ele conta que, muitas vezes, os clientes “pesquisam na internet, negociam, ,muitas vezes, na internet, mas compram na loja física”, afirma.

Fatores para um leve aumento nas vendas

O economista Paulo Casaca, da Associação Comercial e Empresarial de Minas, explica alguns motivos que devem fazer os consumidores gastarem um pouco mais nas compras de Natal em 2023.

"Acredito que deve haver um aumento no consumo, nas vendas, em relação ao ano passado, por conta de alguns fatores econômicos em que houve melhora. A inflação este ano está um pouco mais estável, o desemprego reduziu, o rendimento real das famílias aumentou, e a taxa de juros está um pouquinho mais baixa, embora ainda esteja alta. Estes fatores ajudam a entender que o comércio deve ser um pouco melhor no Natal deste ano, mas não muito melhor", disse Casaca, que pontuou que os consumidores também devem ser mais cautelosos na hora de comprar.

"Por outro lado, há um movimento das pessoas terem um comportamento de mais precaução, por conta do que possa acontecer no futuro. Isso a gente tem observado nos indicadores, nos índices de confiança. Tanto os empresários quanto os consumidores ainda não se sentem plenamente confiantes com a evolução da economia. Mas, no geral, resultado é levemente positivo".

*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.

**Colaborou Leonardo Lima