entrevista/Luciano Guarnieri Galil, Advogado

A ADVOCACIA NA ZONA DA MATA

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O Sr. se formou em 1985, tem especialização em Direito Econômico e Empresarial pela FGV, em Administração Rural pela Universidade de Lavras e em Ciências Criminais. O Sr. se sente um advogado nato? O que representa a advocacia para o Sr. e onde a classe anda pecando atualmente?

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Sou um advogado nato. No próximo dia 13 de dezembro, completo 40 anos de formado, dedicados exclusivamente à advocacia. Para mim, ela significa transformar conflitos em soluções, proteger direitos e fortalecer instituições democráticas. Infelizmente, parte da classe tem se afastado de sua essência, seja pela busca por resultados imediatos, seja pela falta de formação ética. É preciso resgatar o prestígio da profissão com postura firme, estudo contínuo e compromisso com seus valores.


O Sr. sempre viveu e exerceu a advocacia na Zona da Mata, sendo sócio de um dos grandes escritórios de Juiz de Fora. Quantas faculdades de Direito tem hoje Juiz de Fora? O excesso de advogados no mercado também é uma realidade no interior do estado? Quais as consequências disso?


Juiz de Fora tem 12 faculdades de Direito, reflexo de uma expansão nacional acelerada. O excesso de advogados é realidade em todo o país. A valorização das carreiras públicas, pela estabilidade e remuneração, tornou o curso atrativo, mas o funil é estreito e muitos não têm vocação para a advocacia. Isso compromete a imagem da classe, gera precarização e enfraquece a confiança social. É urgente repensar a formação e valorizar a vocação como requisito essencial.


O problema da segurança pública é a pauta do dia, após a megaoperação no Rio. Pela proximidade com o estado fluminense, Juiz de Fora sente a influência do crime organizado? Existe solução pacífica para o enfrentamento da criminalidade? Qual sua opinião como especialista em Direito Criminal?

 

O crime organizado não se limita ao Rio; está presente em todo o país. Megaoperações não são solução: combater violência com violência é um erro. É preciso um Estado organizado, com inteligência e integração entre entes federativos, para atingir financiadores e estruturas do crime, não apenas executores. O Estado deve agir dentro da lei, com prisões e ressocialização, e não se guiar por pesquisas que legitimem estratégias de extermínio. Uma política nacional unificada é urgente para garantir segurança sem brutalidade.


Estamos às vésperas da entrada em vigor da Reforma Tributária. Vai realmente ser algo positivo para os empresários? Qual sua opinião a respeito?

Vejo a Reforma Tributária como extremamente vantajosa. A simplificação do sistema, reunindo tributos, é um avanço semelhante ao Simples Nacional. O Brasil vem evoluindo com reformas: a da Previdência ajustou aposentadorias à realidade demográfica; agora buscamos desburocratizar o sistema tributário. A unificação trará transparência, previsibilidade e eficiência. Mudanças causam apreensão, mas são necessárias. Já se discute a Reforma Administrativa, sinal de modernização. Toda inovação gera resistência, mas é essencial para um ambiente mais competitivo e menos oneroso.

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