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Diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde 2018, Hermes Vilchez Guerrero tem na leitura o “escape” para relaxar. Ele diz que precisa encontrar um equilíbrio para conciliar suas funções, que ocupam grande parte da semana. “Divido minha vida profissional em duas atividades: ser professor e diretor da Faculdade de Direito da UFMG, além de exercer a função de advogado criminalista.”
No tempo livre, ler é a sua atividade favorita. Hermes destaca a paixão pela história mineira e por crônicas. “Leio muitos livros de história, especialmente de Minas Gerais, especialmente a história de Belo Horizonte. Mais especialmente ainda a história da Faculdade de Direito, sobre a qual escrevi um livro que se chama ‘O Casarão na Praça da República’. Também leio muitas crônicas do Fernando Sabino e Humberto Werneck”, conta. “Gosto de biografias de personagens mineiros, como Pedro Nava, Afonso Pena e Mendes Pimentel. Como sou do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, busco pesquisar e escrever sobre essas personalidades que, às vezes, com o passar do tempo ficam esquecidas, o que é natural”, completa.
Natural de Cutervo, no Peru, ele chegou ao Brasil, com seus pais e irmãos, ainda adolescente, com 13 anos. Enquanto cursava o ensino médio em Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, teve contato, pela primeira vez, com a profissão que exerce há quatro décadas. “No final da escola eu assisti a um júri e me encantei com aquilo. Fui assistindo a outros júris e fui para Belo Horizonte me preparar para ingressar na universidade. Decidi fazer direito e já entrei na faculdade querendo trabalhar com direito penal.”
Ele se graduou pela UFMG em 1985, concluiu mestrado e doutorado na mesma instituição e atua como professor de direito penal, desde 1997. Mais recentemente, em 2018, passou a ser diretor da Faculdade de Direito da UFMG – e foi reeleito ao cargo até 2026. Em março deste ano, recebeu o título de cidadão honorário de Minas Gerais.
Depois de viver grande parte de sua vida na capital mineira, Hermes está em busca de se reconectar com o interior. Ele conta que prioriza estar aos fins de semana na sua casa, em Curvelo. “Eu senti uma necessidade pessoal de reatar com as minhas raízes interioranas. Manter contato com os meus amigos de adolescência tem me dado muito prazer, inclusive.”
A gastronomia é outra paixão. Sem abandonar as raízes peruanas, reproduz pratos típicos, como o papa a la huancaína – feito com batatas cozidas cobertas por um molho à base de queijo e pimenta. Mas o naturalizado brasileiro não deixa de lado a cozinha mineira, claro. “Eu gosto de cozinhar, especialmente, para mim e para minha filha, a gente faz uns almoços, jantares no final de semana. Faço umas misturas, comidas peruanas e mineiras. O meu prato favorito é caldo de costela com mandioca.”
Em feriados e fins de semanas prolongados, escolhe retornar para a calmaria do interior. Ele descreve que vive uma vida tranquila em Curvelo, indo à praça da cidade e se encontrando com os amigos. Mas, quando volta para a rotina movimentada na capital mineira, aproveita a cidade para retomar um hábito que pratica há mais de 45 anos: caminhar por cartões postais de Belo Horizonte, como a Praça da Liberdade.