‘O século nômade’, de Gaia Vince, é lançado no Brasil
Gaia Vince, autora britânica, mostra o efeito crescente das migrações em razão do clima
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“O século nômade: como a migração climática transformará o mundo”, da jornalista e pesquisadora britânica Gaia Vince, parte da premissa de que a crise climática não será apenas ambiental, mas profundamente demográfica. O livro sustenta que as transformações do clima já estão redesenhando as condições de habitabilidade do planeta e forçarão, ao longo deste século, deslocamentos humanos em uma escala inédita na história.
Ao longo dos capítulos, a autora, premiada por suas obras e reportagens sobre clima e sociedade, articula dados científicos, projeções do clima e exemplos concretos para mostrar como ondas de calor extremo, secas, elevação do nível do mar e colapso de ecossistemas tornarão regiões inteiras inviáveis para a vida humana, sobretudo nos trópicos e em áreas costeiras. Em contrapartida, zonas de latitudes mais altas tendem a se tornar destinos de migração, invertendo padrões históricos de ocupação.
Mais do que descrever um cenário de crise, o livro defende que a migração deve ser compreendida como uma estratégia de adaptação coletiva, e não como falha política ou exceção humanitária. Vince argumenta que planejar fluxos migratórios, redesenhar cidades, repensar fronteiras e reorganizar sistemas de produção de alimentos, energia e moradia serão decisivos para evitar colapsos sociais, conflitos e aprofundamento das desigualdades.
“É uma investigação urgente sobre a consequência mais negligenciada e impactante das mudanças climáticas: como elas nos forçarão a mudar onde — e como — vivemos. É um livro de soluções e também um chamado à ação, descrevendo como podemos planejar e gerenciar a migração climática, agora inevitável, enquanto restauramos o planeta a um estado totalmente habitável”, descreve a própria autora em seu site pessoal.
Lançado no Reino Unido, “O século nômade” será lançado no Brasil pela editora Quina. A orelha do livro é assinada pela escritora premiada Ana Rüsche e a tradução é de Lívia Bueloni Gonçalves. Chega na próxima semana às livrarias.