Sofia Boutella é Kora, a heroína que justifica o subtítulo

Sofia Boutella é Kora, a heroína que justifica o subtítulo "A marcadora de cicatrizes" do longa "Rebel Moon"

crédito: Netflix/Divulgação

 

Zack Snyder e megalomania em uma mesma frase? Isto deixou de ser uma novidade há tempos. Um dos diretores mais controversos da indústria do entretenimento na atualidade, tem uma legião de fãs ardorosos – e de detratores em igual medida.

 

 

"Não é muito. É demais, demais, demais. Mas isto representa meu nível de envolvimento", ele afirmou ao Estado de Minas, quando perguntado sobre sua imersão no projeto "Rebel Moon", em que escreveu, dirigiu, produziu e fez a fotografia.

 


Lançada em dezembro de 2023 pela Netflix, a saga "Rebel Moon" não se encerra com a segunda parte. Recém-chegado à plataforma e já em primeiro lugar entre os filmes mais vistos do serviço de streaming no Brasil, o filme tem o subtítulo de "A marcadora de cicatrizes". Mas Snyder se empolgou mesmo ao falar de uma versão que, segundo ele, sairá no "fim do verão".

 

 


No Hemisfério Norte, a temporada de verão vai até meados de setembro. Então deve ser por aí que será lançada a versão do diretor de "Rebel Moon", com nada menos do que seis horas de duração. Tudo lançado no mesmo dia, segundo o próprio. A Netflix não confirma a informação oficialmente. Mas, novamente, foi Snyder quem disse.

 


Ele continuou: "Esta versão será muito mais pessoal, pois não houve tanta influência do estúdio". Tampouco a famigerada classificação etária. O "Rebel Moon" que está no ar tem a classificação PG-13 (nos padrões norte-americanos) – ou seja, é considerada inapropriada para menores de 13 anos. Para receber tal selo, o que é considerado "conteúdo adulto" é eliminado.


Sexo e violência

 

"Sou um fã de ficção científica, mas os filmes normais proíbem certas expressões, um nível mais alto de violência. Senti que incluir sexo e violência na versão do diretor possibilitaria outras conversas sobre o gênero (a ficção científica). Ao assistir à nova versão, você vai entender o meu nível de envolvimento, da escrita do roteiro até a fotografia, direção, o que seja. Na verdade, na versão do diretor há inclusive uma música em uma língua estrangeira escrita por mim. Ou seja, meu nome também estará nestes créditos", acrescentou.


Não custa lembrar que ele criou um movimento para liberar um corte de quatro horas de "Liga da Justiça". Em 2021, quatro anos depois do filme original, a versão foi lançada com o título de "Liga da Justiça de Zack Snyder".

 

 


Se a versão do novo filme do diretor terá seis horas, o que está no ar atualmente são 4h15. "Rebel Moon" foi filmado de uma vez só, mas dividido em duas partes. Não faltam referências no épico, de "Os sete samurais" (1954), o clássico de Akira Kurosawa, a, obviamente, "Star Wars", a saga criada por George Lucas na década de 1970 e revivida em diferentes formatos até a atualidade.

 


"A marcadora de cicatrizes" trata de guerra propriamente. Kora, a heroína interpretada por Sofia Boutella, está prestes a tudo para salvar o povoado de Veldt. Seu passado finalmente virá à tona. A seu lado, terá os fiéis camponeses que se enchem de bravura, e também antigos e experientes guerreiros, que querem defender o vale e também tentar minar o poderio bélico do tirano regente Belisarus (Fra Fee). Gunnar (Michiel Huisman) ganha um peso maior na narrativa, tornando-se o personagem com a virada mais interessante da trama.

 


"Mesmo que pareça um filme gigante (que custou em torno de US$ 160 milhões), a escala do conflito é muito pequena. É apenas a aldeia versus o encouraçado (a máquina bélica que mata tudo e todos pela frente)", afirmou Snyder.

 

 


Ele espera que o público esteja assistindo à saga integralmente. "Criei uma única história e depois a cortei no meio. Acho que é uma experiência muito mais interessante assistir a tudo em sequência", acrescentou.


Logicamente, "Rebel Moon" não nasceu para terminar em dois filmes (sejam eles com quatro ou seis horas de duração). Só voltando um pouco no tempo, há mais de 10 anos Snyder apresentou sua história, em que criou toda uma mitologia, para a Lucasfilm. O projeto não foi para a frente, e ele continuou por conta própria.


Além do filme, já foi anunciada a produção de um videogame, uma história em quadrinhos e uma animação. Mas o próprio longa-metragem deixa um fio solto para o desenvolvimento de uma nova narrativa, que trataria de uma personagem já citada, mas pouco vista na trama. "Morte e ressurreição são questões que gosto de explorar na minha filmografia", disse ele, sobre a possibilidade de uma nova trama com tal personagem. "Definitivamente, temos material se quiserem continuar".


“REBEL MOON – PARTE 2: A MARCADORA DE CICATRIZES”


O filme está disponível na Netflix


RESPOSTA ÀS CRÍTICAS

As críticas negativas à primeira parte de "Rebel Moon" incomodaram muitíssimo a atriz Sofia Boutella. E ela falou disso logo no lançamento do filme, no fim do ano passado. Agora, voltou ao assunto: "Não quis gastar energia e fingir que elas não me afetaram. Quis ser honesta sobre isto porque todos nós colocamos muita energia neste filme. Não apenas atores e produtores, mas a equipe toda. Foi trabalho duro, muito cuidado. Defenderei esse filme para sempre".