Não tem fevereiro, março, época que for. Carnaval, para Letrux, é o ano inteiro. "Se estou fazendo show em julho, tenho a sensação de que estou no carnaval. É glitter na cara, fantasia. Meu carnaval é pra sempre", diz a cantora e compositora carioca.


Letrux está de volta a Belo Horizonte justamente para um carnaval fora de época. Nesta sexta (22/3), ela é a convidada da festa “Revival – Ressaca de carnaval”, no Aquilombar (ingressos já esgotados). Fará uma participação no show do bloco Truck do Desejo. A noite, produzida pelo Espaço Cultural Yanã, referência para mulheres e pessoas LGBTQIA+ da cidade, ainda terá show de Amandona.

 

Esta será a estreia de Letrux com o Truck, bloco que conheceu por meio das redes sociais. "É grande a coisa, né? Elas tocam versões das minhas músicas, a e galera começou a me marcar (nas redes). A gente já se paquerava, daí veio esse convite", conta ela. Duas canções de Letrux que o bloco mineiro costuma apresentar – "Flerte revival" e "Que estrago" – estão no repertório. O resto é surpresa.

 




A última vez que ela se apresentou em BH foi em 7 de outubro, no Sesc Palladium. Na época, fez o lançamento de seu quarto álbum, "Letrux como mulher girafa" (2023). Foi o último show que fez antes do diagnóstico de um tumor benigno no ovário. Após bem-sucedidas cirurgia e recuperação, em dezembro ela retomou a agenda de apresentações.

 

Visão "girafal"


Com 1,85m de altura, Letrux criou o conceito do álbum "Mulher girafa" a partir de várias questões. "Como qualquer pessoa que está fora da média, experimentei sensações radicais. (Quando criança) meu tamanho radical parecia incomodar os meninos." O apelido girafa veio nesta época. "Na falta de repertório, já que os meninos não tinham a menor noção da vida, e eu não tinha noção de como me defender", conta.


Mas ela adora ser alta e ter uma "visão girafal" do mundo. "Durante a pandemia, entrei muito em contato com a vida animal. Fiquei numa casa fora da cidade grande, li 'A revolução dos bichos' (clássico de George Orwell), tive um animal doméstico pela primeira vez. Acho que todo mundo tem seu animal de poder." O dela sempre foi a girafa, que carrega numa tatuagem enorme no corpo – é também, de forma carinhosa, como as amigas a chamam.


"Comecei a pensar nas minhas músicas e poesias e vi que ali tinha um tema. Aí nasceu a mulher-girafa. Para falar sobre isso, criei um disco animalesco, mas completamente humano", ela acrescenta. O novo trabalho vem sendo apresentado tanto em casas de show quanto em teatro, como ocorreu no show de lançamento em Belo Horizonte. Se vier outra data na cidade neste ano, Letrux agradece. "Tomara que role, já que BH sempre me recebe muito bem."


“REVIVAL – RESSACA DE CARNAVAL”
Nesta sexta (22/3), a partir das 19h, no Aquilombar (Rua Itapecerica, 865, Lagoinha). Ingressos esgotados.

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