Joana (Fernanda Vianna), Angela (Preta Ferreira) e Luciana (Raquel Ferreira) na periferia de São Paulo, no filme

Joana (Fernanda Vianna), Angela (Preta Ferreira) e Luciana (Raquel Ferreira) na periferia de São Paulo, no filme "Cidade; campo"

crédito: Cris Lyra/divulgação

O Festival de Berlim, um dos mais importantes eventos de cinema do mundo, anunciou nesta segunda-feira (22/1) a seleção de filmes para este ano. A programação vai de 15 a 25 de fevereiro.

 


“Cidade; Campo”, quarto filme de ficção da brasileira Juliana Rojas, vai participar da mostra paralela “Berlinale encounters”. Estrelado pela mineira Fernanda Vianna, atriz do Grupo Galpão, e por Bruna Linzmeyer, o longa conta duas histórias de pessoas que migram entre cidade e campo.

 

 


Na mostra principal, disputarão os troféus Urso de Ouro e Urso de Prata, entre outros, os longas “La cocina”, “Black tea” e “Small things like these” – este último com o ator Cillian Murphy, protagonista de “Oppenheimer”, filme que vem se destacando em premiações importantes nos EUA. É um dos favoritos do Oscar 2024, cuja lista de indicados será divulgada nesta terça-feira (23/1).

 

Estouro de barragem

 

Na primeira história de “Cidade; campo”, a trabalhadora rural Joana (Fernanda Vianna) se muda para São Paulo depois de sua cidade ser inundada quando barragem de dejetos de mineração se rompe. Ela passa a morar com a irmã, Tânia (Andrea Marquee), e o neto dela, Jaime (Kalleb Oliveira), na periferia paulistana. Joana trabalha como faxineira, às voltas com o mercado de trabalho dominado por aplicativos.

 


A segunda história traz Flávia (Mirella Façanha), que herda uma fazenda no interior e passa a morar lá com a companheira Mara (Bruna Linzmeyer). Na casa abandonada, Flávia descobre o outro lado da personalidade de seu falecido pai, de quem não era próxima. O casal urbano sofre um choque de realidade ao enfrentar a vida rural. O elenco conta também com Preta Ferreira, Marcos de Andrade e Nilcéia Vicente.

 


A equipe de “Cidade; campo” é integrada exclusivamente por mulheres: Juliana Rojas (direção), Sara Silveira e Maria Ionescu (produção), Cris Lyra e Alice Andrade Drummond (direção de fotografia), Juliana Lobo e Daniela Aldrovani (direção de arte), Cristina Amaral (montagem) e Rita Zart (música).

 

De Cannes a Locarno

 

Diretora, roteirista e montadora premiada, Juliana Rojas, de 42 anos, assina vários curtas, longas e séries, com respeitada carreira internacional. Ganhou menção especial da Semana da Crítica de Cannes com “O duplo”; participou do Festival de Rotterdam, na Holanda, com “A passagem do cometa”; levou o prêmio Fipresci, em Mar del Plata, com “Sinfonia da necrópole”.

 


Em parceria com Marco Dutra, Rojas lançou “O lençol branco”, selecionado para Cannes; “Um ramo”, que ganhou o Prêmio Descoberta Kodak, em Cannes; “Trabalhar cansa”, destaque da mostra “Un certain regard”, em Cannes; e “As boas maneiras”, que levou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suíça, e de melhor filme no Festival do Rio.

 


Juliana também trabalhou como roteirista ou diretora nas séries “Supermax” (Globo); “3%” e “Boca a boca” (ambas da Netflix); e “Tarã” (Disney Plus). (Folhapress e redação)

 

SELECIONADOS


COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

 

“Small things like these”, de Tim Mielants

“Another end”, de Piero Messina

“Architecton”, de Victor Kossakovsky

“Black tea”, de Abderrahmane Sissako

“La cocina”, de Alonso Ruizpalacios

“Dahomey”, de Mati Diop

“A different man”, de Aaron Schimberg

“L’Empire (The empire)”, de Bruno Dumont

“Gloria!”, de Margherita Vicario

“Hors du temps” (“Suspended time”), de Olivier Assayas

“In liebe, eure Hilde” (“From Hilde, with love”), de Andreas Dresen

“Keyke mahboobe man” (“My favourite cake”), de Behtash Sanaeeha and Maryam Moghaddam

“Langue etrangere”, de Claire Burger

“Me el ain” (“Who do I belong to”), de Meryam Joobeur

“Pepe”, de Nelson Carlos de Los Santos Arias

“Shambhala”, de Min Bahadur Bham

“Sterben”, de Matthias Glasner

“Des teufels bad” (“The devil’s bath”), de Severin Fiala and Veronika Franz

“Vogter” (“Sons”), de Gustav Moller

“Yeohaengjaui pilyo” (“A traveler’s needs”), de Hong Sangsoo

 


“BERLINALE ENCOUNTERS”

“Arcadia”, de Yorgos Zois

“Cidade; Campo”, de Juliana Rojas

“Demba”, de Mamadou Dia

“Direct action”, de Guillaume Cailleau and Ben Russell

“Dormir de olhos abertos” (“Sleep with your eyes open”), de Nele Wohlatz

“The fable”, de Raam Reddy

“Une famille”, de Christine Angot

“Favoriten”, de Ruth Beckermann

“Ivo”, de Eva Trobisch

“Khamyazeye bozorg” (“The great yawn”), de Aliyar Rasti

“Kong fang jian li de nv ren” (“Some rain must fall”), de Qiu Yang

“Hands in the fire”, de Margarida Gil

“Matt and Mara”, de Kazik Radwanski

“Through the graves the wind is blowing”, de Travis Wilkerson

“Tu me abrasas”, de Matias Pineiro