No segundo show da turnê Got Back em Belo Horizonte, na noite desta segunda-feira (4/12), Paul McCartney subiu ao palco montado na Arena MRV com um atraso menor que na noite de domingo, às 20h50.

Quem venceu o trânsito pesado e chegou a tempo de pegar o início da apresentação, pôde conferir uma primeira mudança no roteiro - em vez de "Can't buy me love", que abriu o primeiro show, a escolhida para dar a largada foi "A hard day's night".

 

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O público, que lotou pistas e arquibancada, gritou o coro a plenos pulmões. Antes da terceira música, "Letting go", Paul deu as boas vindas com um "Oi, BH!" e disse que ia tentar falar um pouco de português, "Estou aqui, uai", disse, arrancando aplausos.



A sequência musical seguiu sem alterações em relação à primeira apresentação, com a alternância de clássicos dos Beatles, músicas do Wings e outras tantas de sua carreira solo. Num dado momento, Paul trocou seu icônico baixo por uma guitarra extravagantemente colorida, com a qual tocou "Let me roll it", do Wings, antes de sentar-se ao piano para fazer "Let'em in", também de sua antiga banda pós-Beatles. O telão ao fundo do palco e as luzes compunham harmonicamente o espetáculo.

O show ganhou uma levada folk com "I've just seen a face" e a seminal "Um spit of all the danger". Paul conduziu o público da calmaria para a alta voltagem de "Love me do", ainda de violão em punho e contando com o coro em uníssono da plateia. Instrumentistas versátil, ele foi de banjo para fazer "Dance tonight" - número em que seu baterista deixou as baquetas para exercitar, sob aplausos, seus dotes de dançarino.

Sozinho, emendou "Blackbird" para a legião embevecida de fãs. "Essa música eu fiz para meu querido amigo Jonh", disse em bom português, ainda só no palco, para introduzir "Here today". Com a banda de volta ao palco, foi de "Queenie eye". Na sequência executou uma versão algo mais suingada de "Lady Madonna", com o auxílio marcante de um naipe de metais que já havia mostrado serviço antes mesmo de subir ao palco.

Paul voltou ao "mineirês" com um "trem bom", sempre contando com a resposta entusiasmada do público. Depois, tocou ukulele e cantou "Something" em homenagem ao "irmão George", o que também anunciou em português. Outro momento catártico, com todo mundo cantando junto.

Final apoteótico

Paul McCartney abriu o terço final da apresentação com um convite à alegria, cantando "O-bla-di, o-bla-da" e deixando, ao final, o refrão por conta da plateia. Com foco maior no poderoso manancial dos Beatles, seguiu com "Get back" é "Let it be", que começou sozinho ao piano, iluminado pelos milhares de celulares nas pistas e na arquibancada.

Mantendo a dinâmica de alternar canções dolentes com outras mais energéticas, esquentou a plateia no embalo de "Live and let die", com direito a muita pirotecnia e fogos de artifício. Depois, Paul acalmou os ânimos dos fãs com "Hey Jude" e seu refrão que convida irresistivelmente a cantar junto.

Do alto de seus 81 anos, Paul mostra mais disposição que parte de seu público, que após 2 horas e 30 minutos de show, no intervalo antes do bis, jogou a toalha. Quem não aguentou esperar perdeu um bis que celebrou a obra dos Beatles, com direito à "participação" de Jonh Lennon, cuja imagem no telão e a voz reforçaram a execução de "I've got a feeling". A maratona musical chegou ao fim com "Saw her standing there", um trecho de "Sgt. peppers" emendando com "Helter skelter" e um pot-pourri de "Golden slumbers" com "You never give me YouTube money".

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