O diplomata Alberto da Costa e Silva morreu na madrugada desde domingo (26.nov), no Rio de Janeiro. Ele era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), e veio a óbito por causas naturais, conforme divulgou a ABL.



Poeta, ensaísta, historiador e memorialista, ele foi considerado um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Viúvo, deixa três filhos - Elza Maria, Antonio Francisco e Pedro Miguel, sete netos e uma bisneta. O corpo será cremado na 2ª feira (27.nov), em cerimônia restrita para a família.

Ao longo da carreira, ele se tornou especialista na cultura e história da África. Foi embaixador do Brasil por quatro anos nos países Nigéria e Benin. Ele contribuiu com o desenvolvimento de estudos sobre o continente, tendo escrito mais de 40 livros.

Quando tomou posse da cadeira na ABL, Costa e Silva destacou a sua brasilidade, lembrando de que a família foi formada por pessoas de diferentes partes do país.

"Carlos Chagas Filho desejou para esta Cadeira que fosse uma "cadeira cativa" carioca. Não o desapontará de todo estar eu aqui. Meu pai era de Amarante, no Piauí, de mãe maranhense, e estudou no Recife; minha mãe era de Camocim, no Ceará, criada em Manaus; tive um irmão carioca e dois mineiros, um deles educado em São Luís do Maranhão; de minhas irmãs, uma nasceu no Amazonas e a outra no Rio; deixei de ser gaúcho por três meses e fui nascer em São Paulo. Se me considero piauiense de coração, ancorado, pela infância, em Fortaleza, acabo de esboçar a ficha pessoal e familiar de um verdadeiro cidadão do Rio de Janeiro, cujas velhas ruas mais de uma vez percorri na companhia de um dos mais fraternos de meus amigos, Herberto Sales, e de um de seus amigos mais fraternos, Marques Rebelo", declarou na ocasião.

Vida

Alberto Vasconcellos da Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 12 de maio de 1931. Fez os estudos primários e iniciou o curso secundário em Fortaleza. Mudou em 1943 para o Rio de Janeiro. E recebeu o diploma pelo Instituto Rio Branco em 1957.

Foi Doutor Honoris Causa em Letras pela Universidade Obafemi Awolowo (ex-Uni­versidade de Ifé), da Nigéria, em 1986, e em História pela Universidade Federal Fluminense, em 2009, e pela Universidade Federal da Bahia, em 2012.

Em 2014, recebeu o Prêmio Camões; em 2003, o Prêmio Juca Pato ? Intelectual do Ano de 2003, da União Brasileira de Escritores e Folha de S. Paulo; e em 2007, foi escolhido o Homem de Ideias pelo Jornal do Brasil.

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