A progressiva liberação do mercado chinês para as carnes brasileiras anima os produtores rurais, mas acende um temor para os consumidores brasileiros. Em meados de março, o governo chinês habilitou, de uma só vez, 38 frigoríficos brasileiros para vender carne bovina para o país asiático. E a perspectiva é de que até o fim deste ano mais plantas produtoras de proteína animal tenham o aval do governo chinês, para embarcar mercadorias para o mercado asiático. Esse movimento deve impulsionar a venda de carnes para o mercado internacional, com possibilidade de redução na oferta interna de produtos e consequente pressão sobre os preços. Do total de frigoríficos habilitados, 24 processam carne bovina, oito são de frango e um de suíno. Completam a lista uma unidade bovina de termo processamento e cinco entrepostos.

Com as liberações, o total de frigoríficos brasileiros habilitados a exportar para a China saltou de 106 para 144, com potencial para elevar as vendas externas de carnes que devem registrar aumento este ano. Em 2023, a China representou 37% das exportações brasileiras de carnes, sendo o principal mercado e gerando uma receita de US$ 8,3 bilhões. “O impacto será positivo para todo o país e com relação aos preços vai valer a lei da oferta e da procura”, avalia o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Carnes e Derivados e do Frio de Minas Grais, Dyton Lizardo Dias.

Para a analista de negócios internacionais da Fiemg, Verônica Ribeiro Winter, com a nova habilitação de frigoríficos haverá crescimento no volume com expansão do faturamento nas indústrias em função da recuperação de preços. “Mesmo com as 38 liberações há frigoríficos aguardando na fila para serem liberados”, afirma Verônica Winter. Ele vê ainda a perspectiva de crescimento das vendas de carne de frango para a China, com a eliminação das sobretaxas de 17,8% e 34,2%. “o que favorece o comércio Brasil/China”. “Medidas como essa são essenciais para o aumento da competitividade dos nossos produtos no país asiático e geração de emprego e renda no país”, acrescenta a analista de negócios da Fiemg.

Para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) as exportações devem crescer este ano, mas a maior disponibilidade das três principais carnes no mercado interno deve conter os preços. Segundo a Conab, a produção de carne bovina, suína e de frango deve somar 30,88 milhões de toneladas, com crescimento de 3,9%. Desse total, estima-se que 22,12 milhões de toneladas sejam destinadas ao mercado interno e 9,85 milhões de toneladas exportadas, o que representará um crescimento de 6,5%. “A maior quantidade de carnes disponíveis no mercado interno e os preços dos insumos para alimentação animal menores tendem a sustentar os preços das carnes em patamares mais baixos para os brasileiros”, avalia o presidente da Conab, Edegar Pretto.

 



Dados do IBGE mostram que a produção de carnes suína e de frango no Brasil bateu recordes no ano passado, com o abate de 6,28 bilhões de cabeças de aves e de 57,17 milhões de cabeças de suínos. A produção em alta reduz a pressão da demanda e segura os reajustes de preços. A expectativa de manutenção dos valores das carnes em patamares baixos no Brasil é uma boa notícia para os consumidores brasileiros, mas um aumento expressivo nas exportações pode pressionar os preços no Brasil. É preciso lembrar que além da China, o Brasil vem buscando novos mercado, o que também pode levar a um aumento nos preços.

 

Choque forte

A elevação da alíquota de importação de veículos teve impacto direto no preço dos carros. O preço médio dos carros elétricos novos teve aumento de 19,7% em fevereiro, segundo dados do 5° Relatório AutoAcrefi. De acordo com o relatório, o preço médio dos veículos híbridos, que subiu 3,49% em janeiro, teve uma leve queda de -0,58% em fevereiro, nas comparações mensais. Por outro lado, os modelos a combustão registraram um aumento de 2,24% de janeiro para fevereiro deste ano.

 

Alumínio

As perspectivas para a indústria mundial e a brasileira do alumínio e as transformações necessárias rumo ao desenvolvimento sustentável estarão em debate no início da próxima semana, em São Paulo, durante o 9º Congresso Internacional do Alumínio. Entre as presenças confirmadas estão o secretário-geral do Instituto Internacional do Alumínio (IAI), Miles Prosser, e da representante do Fórum Econômico Mundial, Jelena R.

 

Conciliações

R$ 7 bilhões foi o valor movimentado por soluções consensuais nos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Cejuscs) da Justiça do Trabalho em 2023

 

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