Bobina de aço laminado: produtos destinados às indústrias automotiva e da linha branca sofrem concorrência externa -  (crédito: Daniel Mansur/Divulgação – 6/5/13)

Bobina de aço laminado: produtos destinados às indústrias automotiva e da linha branca sofrem concorrência externa

crédito: Daniel Mansur/Divulgação – 6/5/13

 

As importações brasileiras recuaram 11% em 2023 na comparação com o ano anterior, contribuindo para um superávit recorde na balança comercial brasileira, que atingiu a marca de US$ 98,84 bilhões. Motivo de comemoração para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC), mas o governo precisa dar atenção para o setor siderúrgico e às indústrias afetadas pela isenção de imposto nas compras pessoais de até US$ 50 (RS 246,5 pela contação de ontem). No caso das siderúrgicas já existe uma tarifa de importação de pouco mais de 10%, que não impediu que o mercado brasileiro fosse inundado por produtos siderúrgicos de outros países, principalmente da China. Apenas de janeiro a novembro as importações cresceram 50% e chegaram a 4,5 milhões de toneladas de produtos, levando siderúrgicas a abafar altos-fornos e desativar plantas.

A situação deu uma arrefecida em outubro e novembro, com queda dos volumes desembarcados no país, mas o pleito das empresas é de que o Brasil, a exemplo de outros países, adote uma tarifa de 25% sobre o aço chinês, russo e sul-coreano, que, segundo os empresários brasileiros chega ao país com preços subsidiados. A expectativa é de que o governo anuncie alguma mudança na alíquota este ano, uma vez que o impacto da medida vem sendo estudado desde o fim do ano passado e envolve quase duas dezenas de produtos e o impacto em diversas cadeias. O aço importado, com preço mais baixo, é vantajoso para as indústrias automobilística e de eletrodomésticos da linha branca. Envolve ainda a relação comercial com a China, maior compradora de produtos brasileiros.

No caso das importações de baixo valor, as indústrias e o comércio, representados pela Confederação Nacional das Indústrias e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) desistiram de esperar uma decisão do governo, que chegou a sinalizar uma mudança para equilibrar o custo dos produtos feitos no país aos importados. Mesmo com a isenção federal, os estados fixaram a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as importações abaixo de US$ 50. As duas entidades impetraram esta semana uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o programa Remessa Conforme seja suspenso.

Na ação as entidades argumentam que a isenção foi fixada apenas para pessoas físicas para remessas internacionais de bens sem caráter comercial, mas o Ministério da Fazenda entendeu, segundo as entidades de forma equivocada, e promoveu a redução a zero da alíquota do imposto de importação para bens objeto de remessa postal internacional de até US$ 50, destinados a pessoas físicas, remetidos por pessoas físicas ou jurídicas de fora do país.

De um lado estão as indústrias, que alegam ter deixado de vender US$ 13,1 bilhões em mercadorias produzidas por empresas nacionais e de outro milhões de brasileiros que se valem das importações de sites de e-commerce da China para garantir empreendimentos informais. É preciso lembrar da polêmica envolvendo o tema no início do ano passado, quando influenciadores digitais colocaram a boca no mundo e a primeira-dama Janja da Silva teve que negar a intenção do governo de acabar com a isenção. É pelo impacto na opinião pública que o governo não cedeu à pressão das empresas, que agora recorrem ao STF, que agora decidirá ou chamará as partes para uma tentativa de solução negociada. As importações seguirão registrando recordes este ano e as importações dores de cabeça para o governo.

 

Cafezinho

58 milhões sacas de café beneficiado devem ser produzidas na safra brasileira do grão em 2024, segundo a Conab

 

Mais crédito

O volume de crédito no sistema financeiro nacional deve registrar crescimento de 6,8% em 2023, puxado pela alta de 8,9% no crédito para pessoas físicas. A previsão é da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) que divulgou ontem a alta de 1,2% na carteira de crédito em dezembro. Esse é o sexto ano de expansão do crédito para famílias e empresas. Para o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o crédito dá sinais de estabilização.

 

Educação

Em parceria com 57 instituições de ensino, a Serasa está com 6,2 milhões de ofertas de dívidas para estudantes negociarem seus débitos com universidades. A expectativa é de que mais de 2 milhões de universitários utilizem a plataforma Serasa Limpa Nome para equacionar suas dívidas escolares e evitar o trancamento do curso, hoje a opção para quase metade dos universitários endividados. Na plataforma, os descontos chegam a 93%.