O Flamengo, de 2013 a 2018, ganhou apenas uma Copa do Brasil, na gestão do ex-presidente Bandeira de Melo. Gozado pelos rivais, trabalhou em silêncio, saneando o clube, pagando as dívidas e, a partir da gestão Landim, em 2019, o Flamengo virou essa potência, ganhando três Libertadores, três Brasileiros e três Copas do Brasil, para não citar títulos menores, como Recopa, Supercopa e Carioca. É o único clube, hoje, considerado pela mídia mundial em condições de bater de frente com os gigantes europeus, tamanha proporção que o time ganhou. O visionário presidente Alexandre Kalil, o maior vencedor no Atlético Mineiro, declarou naquela época que, “se deixarem o Flamengo se arrumar, acabou para as outras equipes. O Flamengo será uma potência mundial”. O cara, quando entende do riscado, não erra. O Flamengo está anos-luz a frente dos seus pares e praticamente não tem rival no país.

Fiz essa abertura para citar o ano do Cruzeiro, que na minha visão, foi o mais espetacular dos últimos tempos. Frustração por não ter ganhado título? De jeito nenhum. O Cruzeiro foi além do esperado, disputando a taça até as últimas rodadas e atingindo o objetivo traçado: vaga na fase de grupos da Libertadores. Vale lembrar que ele competiu com os bilionários, Flamengo e Palmeiras, venceu os dois e não perdeu nos domínios dos rivais. Na Copa do Brasil foi semifinalista e, não fosse o gol de mão de Memphis “Demão”, e a sacanagem de Gabigol, que atrasou a cobrança do pênalti para Hugo, estaria disputando a final de hoje com o Vasco. Ou seja, além do Flamengo, que ganhou tudo, qual outro time encarou o rubro-negro de igual para igual?

Um ano em que a China Azul lotou a “Toca 3”, passando de 1 milhão de torcedores nos jogos do time, em que deu aula de como torcer, em que exibiu a camisa azul, orgulhosamente. Para quem viveu o calvário causado pela diretoria passada, acusada de corrupção, o Cruzeiro ressurgiu das cinzas e voltou a brigar na parte de cima da tabela. Claro que todos queriam ser campeões, mas tudo no seu tempo. Como muito bem disse o vice-presidente Pedro Junio, “nosso trabalho é de longo prazo, para equilibrarmos o clube, financeiramente, e formarmos grandes times para as conquistas”. E esse longo prazo virou curto prazo, pois em um ano o Cruzeiro chegou à final da Sula, em novembro do ano passado, brigou pela taça do Brasileirão nesta temporada e pelo hepta da Copa do Brasil. O clube celeste voltou às suas origens bem antes do imaginado.

Tudo isso graças ao trabalho de Pedro Lourenço, gestor de mão cheia, que ama o clube e que gere com racionalidade, e de seu filho Pedro Junio, que assumiu o futebol com transparência e honestidade. Eles montaram um time muito forte, trouxeram o melhor técnico dos últimos tempos, Leonardo Jardim, que mostrou aos técnicos enganadores brasileiros como se gere um grupo, barrando e mandando embora medalhões, e o Cruzeiro virou destaque na imprensa nacional e internacional. O torcedor tem esperança de que em 2026 o time possa beliscar uma taça, pois esse é o DNA do clube celeste, e, pelo jeito, o time será ainda mais forte para a disputa da Libertadores, objetivo maior em busca do tricampeonato. Enfim, pode se orgulhar torcedor celeste, o Cruzeiro voltou, e em grande estilo. Que seja um 2026 de muitos gols, conquistas e alegria.


Férias

Entro em recesso de Natal e Ano Novo, e emendo com minhas férias. Em fevereiro, estarei de volta para mais uma temporada aqui neste espaço e nos veículos do nosso Grupo Associados.

 

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