O Atlético, comandado pelo argentino Gabriel Milito, é um dos principais favoritos ao título do Campeonato Brasileiro deste ano, que começa hoje -  (crédito: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)

O Atlético, comandado pelo argentino Gabriel Milito, é um dos principais favoritos ao título do Campeonato Brasileiro deste ano, que começa hoje

crédito: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press

Flamengo, Palmeiras e Atlético são os favoritos a conquista do título brasileiro, como tem acontecido nos últimos anos. São os clubes mais bem organizados do país, os dois primeiros sem dívida e o Galo com tudo praticamente equacionado. Porém, somente em 2021 o time mineiro foi vencedor, fracassando em 22 e 23, mas sempre apontado como um dos favoritos. O Botafogo se colocou no meio dessa turma, sendo o grande “azarão”, mas refugou nas rodadas finais e perdeu um título, para muitos, ganho. O Palmeiras se aproveitou da derrapada alvinegra e faturou o caneco, com Grêmio em segundo e Atlético em terceiro. O Flamengo ficou na quarta posição. Há quem aposte em Grêmio e Fluminense, mas, sinceramente, acho que o troféu vai ficar com um dos três citados. E não me venham dizer que é o campeonato mais difícil do mundo. Os técnicos, incompetentes, é que vendem essa ideia. O nível técnico tem sido muito ruim, a cada temporada, com a bola rolando menos de 50%, jogos péssimos e arbitragens horríveis. Na temporada passada se tivemos cinco grandes jogos foi muito. Os demais foram sofríveis.

Gabriel Milito

Eu não conhecia o trabalho do novo técnico do Galo, mas, confesso que ele está me impressionando por sua forma de montar a equipe, privilegiando sempre o gol. Embora tenha sido zagueiro, Milito mostra disposição na hora de fazer escolhas e mudanças na equipe, fazendo substituições criteriosas e que têm colocado o Atlético em busca do gol. Ainda é cedo para avaliarmos o trabalho dele, pois somente agora o Galo vai enfrentar seus pares, a começar pelo Corinthians, amanhã, no Itaquerão. Não é pela conquista do título mineiro que Milito tem chamado a atenção da mídia e torcida, e sim pela vontade de ganhar os jogos. Até Gustavo Scarpa, que estava muito mal, começa a ganhar lugar no time, justificando sua contratação. Nada como um técnico novo e que pensa o futebol pra frente para as coisas entrarem em seu devido lugar.

Fernando Seabra

O Cruzeiro fez a melhor escolha que poderia fazer ao recontratar o técnico Fernando Seabra, que havia feito um grande trabalho na base e foi para o Bragantino. Trazido de volta, agora para comandar os profissionais, pelo momento do clube, achei a decisão acertada. Ele conhece os jogadores e vai valorizar a prata da casa. Se o Cruzeiro buscasse um técnico de outro país, até ele conhecer o grupo, o time correria sérios riscos de ficar no Z4. Claro que sem bons limões, Seabra não fazer uma boa limonada. O Cruzeiro precisa contratar, se quiser fazer campanha digna. O torcedor até aceita não brigar pela taça, neste momento, mas não vai tolerar ver a equipe brigando para não cair, como na temporada passada. O Grêmio, que subiu junto com o Cruzeiro, e também não tinha dinheiro, foi vice-campeão e está na Libertadores. A expectativa da China Azul é a de que o clube celeste fique, pelo menos, em oitavo lugar, para brigar pela pré-Libertadores. Se não trouxer pelo menos quatro jogadores de nível, e um grande goleiro, nada feito, o Cruzeiro vai ocupar os últimos lugares da tabela.

18 gols em 4 jogos

O futebol europeu nos dá aula de futebol eficiente, bem jogado e em busca dos gols. Nos quatro jogos das quartas de final, tivemos 18 gols, uma média espetacular de 4,5 gols por partida. Real Madrid 3 x 3 City. Arsenal 2 x 2 Bayern. Atlético de Madrid 2 x 1 Borussia e PSG 2 x 3 Barcelona. Como escrevi na coluna de quinta-feira, é um colírio para os olhos dos amantes do bom futebol, da arte, da tabela, do drible, do gol. A bola rola mais de 80% do tempo, poucas faltas, e técnicos pensando no ataque, na vitória, até o último segundo. Mesmo aqueles que abrem vantagem na casa do adversário continuam em busca do gol e não da retranca, como é característica dos técnicos brasileiros. Por isso, o futebol do Velho Mundo está anos-luz à nossa frente. Contra fatos não há argumentos.