Atlético venceu o Cruzeiro de virada, no Mineirão, e conquistou o título mineiro de 2024 -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Atlético venceu o Cruzeiro de virada, no Mineirão, e conquistou o título mineiro de 2024

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

 

Não foi um grande jogo, mas o Atlético se superou, tirou a vantagem do empate do Cruzeiro e venceu por 3 a 1, de virada, sagrando-se pentacampeão mineiro, coisa que não acontecia desde a década de 1980. Mais de 60 mil vozes empurravam o Cruzeiro. A competição não vale absolutamente nada, exceto pela rivalidade no clássico. Mas é claro que o vencedor comemora e muito.


Jogado na cova dos leões, por uma gestão fraudulenta, segundo a Justiça, o clube azul, que virou SAF, vai se recuperando aos poucos e tentando voltar ao patamar de conquistas e glórias, que é seu DNA. A China Azul fazia um barulho ensurdecedor, que ecoava por toda a Pampulha. Se tem uma coisa que essa torcida sabe fazer é apoiar o time do começo ao fim.


O Cruzeiro teve um desempenho melhor, embora a maior chance do primeiro tempo tenha acontecido com Paulinho, que cara a cara com Rafael Cabral e livre, chutou por cima do gol. O time azul marcava melhor e trabalhava as jogadas, tocando a bola para chegar ao gol atleticano. O alvinegro se apoiava nos lançamentos, que normalmente terminavam com os defensores azuis.


O jogo era muito ruim, truncado e cheio de faltas, o que tem sido a tônica do futebol brasileiro. O Cruzeiro não jogava para empatar e quase chegou ao gol em cobrança de falta de Matheus Pereira, por baixo da barreira, que passou perto. O jogo se encaminhava para o final dos primeiros 45 minutos quando Hulk ganhou na corrida de Neris e caiu na área. O zagueiro cruzeirense nem encostou nele, disputa normal e acerto do árbitro em não marcar nada. Achei o Cruzeiro melhor, mais bem organizado.


Veio o segundo tempo, e o time azul estava a 45 minutos de ser campeão, se não levasse gol. O Galo precisava vencer para ganhar a taça, e isso deveria tornar essa fase mais emocionante. Essa era a expectativa. A torcida azul não parava de cantar e empurrar o time. Isso era bom, pois ninguém se acomodava ou se debruçava em cima da vantagem do empate.


O Galo quase marcou em jogada de Paulinho para Hulk. Neris cortou. Mas o Cruzeiro não queria o empate e, sim, fazer o gol para aumentar a vantagem Boa trama pela esquerda, Matheus Pereira cruza e Matheus Vital, de cabeça, fez 1 a 0. Uma belíssima jogada. A China Azul foi à loucura. Os jogadores do Galo reclamaram de possível falta em Battaglia. Com o gol azul, a esperança era de um jogo melhor. O Galo precisava de dois gols, se quisesse ficar com a taça e não tomar mais nenhum. O Cruzeiro poderia administrar e explorar os contra-ataques.


O Cruzeiro quase chegou ao segundo, em cruzamento da direita, mas Fuchs salvou. Vital saiu e João Marcelo entrou. Era o terceiro zagueiro para fechar ainda mais a “casinha”. Mas não deu muito certo. Otávio cruzou da esquerda, Saravia entrou nas costas da zaga em empatou: 1 a 1. O Galo voltava ao jogo. Uma falha incrível da zaga. Rafael Cabral ficou no meio do caminho. O Galo fez três alterações. Igor Gomes, Vargas e Scarpa entraram. Saíram Battaglia, Fuchs e Otávio. Gabriel Milito foi para o tudo ou nada, abrindo mão de dois volantes e um zagueiro.


Cruzamento da direita de Igor Gomes, Lucas Silva tocou a bola com a mão e o braço aberto na área. Pênalti claro. O árbitro foi chamado pelo VAR e confirmou a penalidade. Hulk pegou a bola e bateu. Galo 2 a 1, e a vantagem do alvinegro. Tinha muito jogo pela frente. Nada estava decidido. O Cruzeiro fez três alterações. Entraram Cifuentes, Wesley e Barreal. Era tudo ou nada! Cifuentes fuzilou da marca do pênalti. A bola subiu. O Galo se resguardou. Lemos e Igor Rabello entraram. Saíram Hulk e Saravia. Milito fechou a casinha. Dinemo recebeu na área, dominou e fuzilou. A bola entrou, mas ele estava em posição de impedimento. O desespero tomou conta do time azul, já sem esquema de jogo e na base da superação.


O Galo administrava. O árbitro deu oito minutos de acréscimo. Paulinho foi lançado e tocou para Scarpa, que driblou Rafael Cabral e aumentou para 3 a 1. Galo pentacampeão de fato e de direito. O Cruzeiro vai ter que mudar muito, se quiser pensar em uma campanha decente no Brasileiro.