Endrick marca o gol da vitória do Brasil no amistoso sobre a Inglaterra por 1 a 0, neste sábado, na convincente estreia de Dorival Júnior -  (crédito: Glyn KIRK / AFP)

Endrick marca o gol da vitória do Brasil no amistoso sobre a Inglaterra por 1 a 0, neste sábado, na convincente estreia de Dorival Júnior

crédito: Glyn KIRK / AFP

 

Ainda estou em êxtase pela estreia de Dorival Júnior na Seleção Brasileira, em Wembley, no sábado. Há quanto tempo eu não via um Brasil tão organizado, com tanta qualidade e competitivo. Encaramos uma das melhores seleções da atualidade, no templo sagrado do futebol, e não tomamos conhecimento. Fizemos 1 a 0 com o talentoso Endrick, mas não seria exagero se o Brasil tivesse enfiado uns 4 a 0. Jogamos para isso e as chances claras, diante do goleiro Pickford, mostraram isso. Os ingleses sentiram a falta de Kane e Saka, mas não sei se com eles teria sido diferente. Dorival Júnior acabou com a “panela” de Tite. Por sorte, Marquinhos, Alisson e Casemiro, que seriam chamados, estavam machucados e isso abriu brecha para jovens mais talentosos. Chega dessa geração fracassada. Vamos dar espaço aos garotos, pois o futuro do nosso time depende deles. Se não ganharmos em 2026, 2030 é logo ali.

Quando se tem um técnico de verdade, sem compromissos escusos, os resultados aparecem. É apenas o começo, mas pelo excelente futebol, podemos sonhar. Dorival terá um longo caminho a percorrer, mas a Copa América nos Estados Unidos será importante, pois terá um mês para trabalhar seu grupo, impor suas ideias e aprimorar ainda mais a equipe. No jogo de sábado, vimos uma das características de Dorival. Um time compactado, forte em todos os setores. A frieza do jovem goleiro Bento me impressionou. Chega do “braço curto” Alisson. Chega de Marquinhos, Casemiro, Gabriel Jesus, Richarlyson. Esses caras nos entregaram pouco em duas Copas do Mundo. Dorival tem que seguir sua cartilha e apostar na garotada.

Precisamos ainda de um 9 de respeito. Eu apostaria em Endrick ou Vítor Roque. Perdemos muitos gols diante da Inglaterra, e não podemos nos dar a esse luxo. Mas Dorival vai achar o cara certo. Sei que não podemos nos empolgar muito, mas é um começo que nos mostra um norte, coisa que não temos há tempos. Fiz alguns jogos do Brasil em Wembley. Em 2000, por exemplo, quando o lendário estádio e as torres gêmeas foram demolidos, empatamos em 1 a 1, gol de França. Em 2007, na reinauguração, também empatamos em 1 a 1, gol de Diego. Sei o quanto é difícil ganhar dos ingleses ali dentro, ainda mais com um time jovem e um técnico estreando. Por isso, temos sim que enaltecer a vitória maiúscula de sábado.

Espero que Dorival não tenha nenhum tipo de “recaída” e não se curve aos fracassados, citados acima. É preciso gente nova, compromissada com a camisa amarela, que queira escrever uma nova história, de verdade. Esses garotos têm qualidade. Paquetá está arrebentando na Premier League, assim como João Gomes. Rodrygo e Vini Júnior são realidades e ídolos do Real Madrid. Endrick estará chegando ao time merengue em breve. Vítor Roque está no Barcelona. Vejam quantos garotos de qualidade. Andreas Pereira é outro de muita qualidade, marcado por ter entregado a Libertadores ao Palmeiras, em falha gritante. Dorival deu a ele uma nova chance. Enfim, estamos trilhando um caminho da decência, transparência, da qualidade e do bom futebol. Resgatar nossas origens de únicos pentacampeões do Planeta. Foi só o primeiro passo, mas que nos deixou empolgados e certos de que dias melhores virão. Não seremos mais saco de pancadas de equipes inexpressivas. O Brasil de Dorival Júnior merece o respeito que Tite e Diniz jogaram no lixo. Claro que dias ruins virão, mas Dorival saberá conduzir com a maestria com que conduziu os clubes campeões. Minha torcida é por você, meu amigo, mas, é claro, que felicidade ver o Brasil jogar bem, vencer e derrubar um gigante dentro do templo sagrado do futebol. Isso não tem preço! Vamos em frente!