Técnico Dorival Júnior estreia no comando da Seleção Brasileira hoje contra a Inglaterra, em Wembley, templo do futebol -  (crédito: Pablo PORCIUNCULA / AFP)

Técnico Dorival Júnior estreia no comando da Seleção Brasileira hoje contra a Inglaterra, em Wembley, templo do futebol

crédito: Pablo PORCIUNCULA / AFP

Depois de um “longo e tenebroso inverno”, o Brasil voltará a enfrentar uma seleção de primeira linha do futebol mundial, a Inglaterra, em Wembley, templo sagrado do futebol. Infelizmente, num momento terrível para nós, brasileiros do bem, pois dois ex-jogadores da Seleção Brasileira estão presos, condenados por estupro: Daniel Alves, ex-capitão de Tite, que poderá sair a qualquer momento, sob pagamento de fiança de 1 milhão de euros, e Robinho, preso na noite de quinta-feira, que já cumpre pena de 9 anos, em regime fechado, em Tremembé, chamada de “penitenciária dos famosos”. Que vergonha! Pior ainda é o silêncio sepulcral da CBF, dos dirigentes do futebol brasileiro, de jogadores e ex-jogadores, e até de alguns jornalistas consagrados. Um silêncio incompreensível, já que estamos diante de crime hediondo, bárbaro e covarde. Tenho que separar o joio do trigo: Alicia Klein e Mili Lacombe e meu amigo Casão, colunistas da Folha, meu irmão, Neto, apresentador da Band, e esse que vos escreve, somos uma gota no oceano, mas fizemos uma onda gigantesca para que os dois estupradores fossem presos. Entre os dirigentes, apenas a excepcional e corajosa Leila Pereira, presidente do Palmeiras, deu depoimento forte e consistente, condenando os estupradores.

As vezes me pergunto: em que mundo estamos vivendo? Por serem milionários, famosos, esses jogadores e ex-jogadores acham que podem tudo. Foram “educados” para ter e não para ser. Sempre digo que berço e educação não se compram com dinheiro nenhum do mundo. Talvez, por isso, esse silêncio gigantesco dessa “turma” do futebol. Corporativistas que são, se protegem, mesmo em cima de um crime bárbaro. Onde estão Messi, Neymar e outros “parças” de Daniel Alves, que não se manifestam. O péssimo Tite o fez e defendeu o estuprador. Cobrado, voltou atrás e leu uma nota absolutamente ridícula. A emenda ficou pior que o soneto. O estuprador, Daniel Alves, foi capitão da seleção de Tite por anos. Onde está Diego Ribas, grande parceiro de Robinho no campo? Ele tem um Instagram e um canal de Youtube poderosos, onde fala de autoajuda. Não seria o momento oportuno de defender as mulheres estupradas e condenar seu parceiro? Realmente, estamos vivendo um mundo terrível, onde os valores morais e de família são ultrajados por essa gente nojenta e mesquinha. Pessoas públicas têm sim a obrigação de se manifestar em casos de estupro, como os cometidos por Robinho e Daniel Alves, já condenados.

Vejam que tristeza. Como jornalista duplamente premiado nacionalmente, com a matéria, “Meninos do Brasil”, eu gostaria de falar do clássico de hoje, da tabela, do drible, do toque, do gol. De Vini Júnior, um lutador quase solitário contra o racismo, dos jovens convocados a do começo da “Era” Dorival Júnior na Seleção Brasileira. Porém, não posso fechar os olhos para um momento tão grave da nossa história, escrito de forma vergonhosa por duas “ex-celebridades” – sim os jogadores de futebol tem status de astros de cinema. Meu grito, da Alicia, Da Milly, do Casão e do Neto está ecoando no Brasil e no mundo. Chega de esses caras se acharem acima do bem e do mal. Chega de tanto corporativismo desses dirigentes despreparados, desses jogadores sem valores de família. O mundo mudou com a internet, não sei se para pior ou para melhor, mas uma coisa é fato: se não fossem as redes sociais e o barulho da sociedade de bem, esses caras não estariam atrás das grades. Estariam livres, leves e soltos, curtindo a vida, como estava, até quinta-feira, Robinho, jogando futevôlei e participando de churrascos em Santos. Agora, a banda vai tocar diferente. Em Tremembé, onde ele ficará 20 dias numa cela, isolado dos demais criminosos, mas que terá de se integrar, tão logo seja posto numa cela com mais 20 bandidos como ele, talvez a ficha caia e ele entenda o tamanho do crime hediondo que cometeu, e ainda debochou da vítima. Quanto ao outro estuprador, Daniel Alves, ainda preso, tomara que a justiça espanhola reveja a decisão de liberá-lo provisoriamente, pois ele solto é um perigo e a moça por ele estuprada está desesperada. Como muito bem disse a querida Leila Pereira: a decisão espanhola foi um soco no estômago de todas as mulheres e de todos nós da sociedade de bem. A Espanha disse ao mundo que o “preço do estupro por lá é 1 milhão de euros. Ah, antes que eu me esqueça, hoje tem Inglaterra e Brasil.